Começaram as votações da Encontro Gastrô

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Expovinis 2011 - Maiores destaques

Já se passaram quatro semanas da Expovinis 2011 - e no meio de tanto trabalho e algumas viagens, só agora estou conseguindo fazer um "resumão da obra". Mas antes tarde do que nunca! Depois de vários belos vinhos degustados, deixo agora o meu parecer da feira, mais em imagens do que em palavras:

1. PERSONALIDADE DA FEIRA: ANTONIO SARAMARGO

Este simpático português é referência no seu país. Também não é por menos, uma verdadeira enciclopédia viva quando o assunto são os vinhos portugueses. Robou a sena com o lançamento dos vinhos SCANCIO RESERVA 2008 e SCANCIO PRIVATE SELECTION 2008 - vinhos que fez em homenagem aos sommeliers de todo mundo (Scancio vem de Escanção - como é chamado o sommelier até hoje em Portugal). Ambos os vinhos são muito interessantes, com uma complexidade extraordinária.

2. MELHOR PREÇO-QUALIDADE:

O melhor preço-qualidade ficou para um espanhol, diga-se de passagem os vinhos espanhóis foram os que mais me chamaram a atenção de um modo geral.
TAVS SELECCIÓN 2008 é um tinto da D.O. Jumilla - feito com as uvas Monastrell, Syrah e Cabernet Sauvignon - seus quatro meses de barrica consegue dar um equilíbrio quase que perfeito para este vinho - com aromas de especiarias doces e frutas negras, e na boca uma bela persistência com uma acidez muito agradável.

3. GRATAS SURPRESAS:
Entre as gratas surpresas daria destaque para quatro vinhos, um branco italiano e três tintos espanhóis:

CALVARINO SOAVE CLÁSSICO PIEROPAN 2007- este Soave Clássico veio para quebrar qualquer preconceito que circunda este vinho. Feito com as uvas Garganega e Trebbiano Soave, tem um aroma cítrico que remete muito à lima bem madura e um mineral bem marcante.
PAGO FLORENTINO 2007 - um autêntico espanhol 100% Tempranillo da região de Ribeira del Duero. O que mais me chamou atenção neste vinho foi a sua complexidade aromática - fumo, tabaco, cera de abelha e frutas negras bem maduras são encontrados facilmente neste vinho.

GARNACHA RESERVA DEL MOCAYO 2009 & GARNACHA CALATAYUD 2009 "LA GARNACHA OLVIDADA DE ARAGON" - estes dois vinhos já encanta pelo rótulo, um "retrato" de um pé de Garnacha em diferentes terroirs espanhóis - ambos os vinhos mostram claramente porque a Garnacha espanhola vive o seu melhor momento: muita fruta, acidez bem agradável e taninos muito bem trabalhados são marcas registradas neste dois tintos espanhóis.

4. RÓTULO MAIS MARCANTE:

Uma das coisas que sempre me chamou a atenção no mundo dos vinhos foi a confecção dos rótulos. Talvez por ter o curso técnico de Comunicação Visual - apesar de nunca ter trabalhado na área. Entre todos os vinhos apresentados, o rótulo mais bem trabalhado ficou com o CONCEITO 2008 - uma verdadeira obra de arte com uma esfera no meio. Simples e marcante! O vinho acompanha a grandeza do rótulo - muito complexo em seus aromas e com uma concentração acompanhada de um belo frescor na boca. Extremamente agradável! Um grande rótulo para um grande vinho!

5. GRANDES VINHOS DA FEIRA.

RISCO RESERVA 2007 - mais uma vez Antonio Saramargo merecendo destaque: este corte de Castelão, Cabernet Sauvignon, Trincadeira e Alicante Bouchet, com apenas 6 meses de barrica faz um vinho extremamente rico de informações. Aromas tostados balanceados com frutas vermelhas bem maduras são marcantes nos seus aromas. Na boca um verdadeiro veludo, com acidez no ponto e taninos bem trabalhados.
MONASTIR SV BENEDICTINE 2007 - este espanhol, corte de Tempranillo e Cabernet Sauvignon com 18 meses de barrica é um verdadeiro achado - poucos vinhos conseguem o equilíbrio apresentado por este exemplar. Riqueza aromática espetacular, prevalecendo madeira de demulição, canela e um tabaco bem sutil.

6. AS GRANDES ESTRELAS:
As grandes estrelas não foram apresentadas na feira propriamente dita, e sim numa degustação paralela na loja da Casa do Porto: uma singela vertical de Opus One foi apresentada: 1986, 1988, 1990, 1991, 2005 e 2006. Isto tudo acompanhado por um Robert Mondavi Winery Cabernet Sauvignon 1985 e um William Hill Cabernet Sauvignon 1978. Esta fantástica degustação não tenho imagens para ilustrar, mas vai ficar eternizada na memória, simplesmente inesquecível!

Château Haut Brion Premier Grand Cru Classé 1987 em 6 atos

Tive a rara oportunidade de abrir um Château Haut Brion Premier Grand Cru Classé 1987 na noite de ontem, e optei em deixar o vinho se abrir na taça no seu devido tempo, sem decantá-lo, e a experiência foi formidável.
E aí está um Château Haut Brion 1987 em 6 atos:

- PRIMEIRO ATO - 0 MINUTOS - madeira velha, de demolição, muito cravo e uma cereja bem tímida.
- SEGUNDO ATO - 15 MINUTOS - começou a se mostrar um pouco mais. Uma fruta muito delicada começa a aparecer. As especiarias ainda tomam conta, mas de uma forma muito elegante.
- TERCEIRO ATO - 30 MINUTOS - grão de café torrado, defumado e um leve toque de caixa de charutos surgem neste momento como um passe de mágica. Surge também algumas nuances florais, mas que se apresenta ao lado da fruta de uma forma muito sutil. Provavelmente neste momento o Haut Brion 87 começa a se mostrar como um grande vinho da mais alta gama que ele realmente é!

- QUARTO ATO - 45 MINUTOS - neste momento existe um maior equilíbrio entre os aromas frutados e de especiarias, esta já não fala tão mais alto. O equilíbrio entre todos elementos é nítido neste momento.
- QUINTO ATO - 60 MINUTOS - o equilibrio permanece nese momento. Talvez o vinho se encontra no seu ápice a partir de momento. A explosão inicial deu espaço para total elegância - simplesmente fantástico!
- SEXTO E ÚLTIMO ATO - 75 MINUTOS - a riqueza de elementos é muito interessante: defumado, cereja, alcaçuz, grão de café torrado... e a elegância e equilíbrio ainda permanece. Pena que neste momento fui obrigado a dar o último gole.

Este com certeza vai ficar marcado como um dos grandes vinhos da minha vida!