sábado, 14 de julho de 2012

Muito Além de Sauvignon Blanc e Chardonnay...

Trebiano com Falanghina e Pecorino na Itália.
Godello e Viura na Espanha. São apenas alguns exemplos da grande diversidade de uvas para produção de vinhos brancos espalhados por este mundão. Muitas vezes ficamos limitados à escolha quando o assunto é vinho branco. Algumas vezes por falta de opção, mas muitas vezes também por falta de informação.Sauvignon Blanc, Chardonnay, Chardonnay ou Sauvignon Blanc... de vez em quando uma Riesling, um Albarinho ou um Torrontés... Será que é só disso que vive a produção de vinhos brancos? Claro que não! Depois de uma bela bateria de degustação de vinhos durante toda a semana na Casa do Porto de São Paulo, tive a oportunidade de me deparar com grandes vinhos brancos, produzidos por algumas uvas não muito exploradas por nós brasileiros. Afinal de contas, quem aqui já degustou Falanghina, Godello, Pecorino (não vale o queijo de cabra italiano que leva o mesmo nome), Viura ou Trebiano (estas duas últimas não são tão novidades assim)? E são exatamente vinhos com estas uvas que iremos falar "aqui e agora": LOURO DO BOLO LIAS FINAS 2011 (Valdeorras / Espanha) - 100% com a uva Godello.
Se fosse resumir em uma palavra: SUTIL. Apesar de sua fermentação em barricas de carvalho francês e seus 13,5% de álcool, trata-se de um vinho sutil, leve e encantador. Pelo que entendi, é característica marcante da Godello produzir vinhos leves e delicados. O Louro de Bolo Lias Finas se apresenta límpido e brilhante, com aromas marcados de pêssego, um toque de erva cidreira e manga madura. Nada explosivo, tudo muito sutil por a1qui. Na boca apresenta um toque especiado muito interessante, principalmente cravo - com certeza devido à sua fermentação em barrica. Um leve mineral e um toque cítrico marcam muito bem o final de boca deste vinho. SANTO STEFANO TERRE DI CHIETI 2011 (Abruzzo / Itália) - Falanghina e Trebiano.
Pera Madura, Floral e Salubridade - assim podemos descrever o Santo Stefano. Já conhecia a uva Trebiano "de outros carnavais", mas foi a primeira vez que me deparei com um vinho com a uva Falanghina. E se a primeira impressão é a que fica, quero conhecer vários outros Falanghina!!! Este belo corte entre Trebiano e Falanghina transformou em vinho dinâmico, fresco e extremamente agradável. Seus aromas de pera madura, floral e um leve toque de salubridade, creio eu que devido à forte influência do mar Adriático na região de Abruzzo fizeram deste vinho um vinho verdadeiramente fascinante. VIERO 2010 (Rioja / Espanha) - 100% Viura.
Um vinho branco de corpo. Trata-se de um Vinho Branco com "V" e "B" maiísculos... Viura é a grande uva branca de Rioja - capaz de produzir vinhos brancos complexos e estruturados. Fica durante 11 meses em contato com o seu mosto, resultado disso? Complexidade sem perder o seu frescor. Além de ótima acidez, toque mineral e floral, frutas de polpa branca e uma cremosidade na medida certa, sem se tornar enjoativo. Ainda pode evoluir muito bem. LE BELLE 2011 (Abruzzo / Itália) - 100% Pecorino.
Um nome sugestivo.
Para um rótulo impactante. O produtor que se dispõe a rotular seus vinhos desta maneira tem que estar muito seguro do líquido que ali está engarrafado. E a Tenuta I Fauri garantiu muito bem a qualidade do seu vinho. Diz o ditado que o melhor a gente tem que deixar para o final: e assim eu fiz - sem sombra de dúvidas um dos melhores vinhos brancos que tive a oportunidade de degustar este ano. Pecorino (mesmo nome que leva um queijo de cabra italiano) é uma uva muito peculiar capaz de produzir vinhos fantásticos, que foi "redescoberta" nas últimas décadas nas regiões italianas Abruzzo e Marche. Le Belle 2011 é um vinho muito rico, onde aromas de frut5as de polpa branca como o melão e avelã prevalecem. Na boca apresenta uma acidez moderada, futas brancas, avelã e um agradável mineral no seu final... vale muito a pena conhecer! Enfim, depois de uma longa e agradável semana de provas de vinhos o qie eu posso afirmar é o seguinte: ultimamente, quanto mais vinhos tintos eu degusto, mais me encanto com os vinhos brancos!

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Chef Alain Burnel abre o Festival Estrelado D'O Dádiva.

Não podia ser de melhor forma, depois de vários meses sem Festival Estrelado, o restaurante O Dádiva abre o ano de 2012 com o chef francês Alain Burnel - detentor de 2 merecidas estrelas (de no máximo 3) do Guia Michelin. Uma das maiores referências mundiais da gastronomia provençal, Alain trabalha com uma cozinha clássica, com toque de leveza, produtos sempre frescos e muita criatividade. O menu ainda não está fechado, mas poderemos ser surpreendidos com um Crème Brûlé de Foie Gras ou com um Lombo de Cordeiro em Crosta de Champignon de Paris... o valor do menu (com cinco pratos) será R$220,00. Na ocasião,os clientes terão opções de vinhos em taça para harmonizar com cada prato do menu, além de uma carta de vinhos exclusiva Casa do Porto preparada especialmente para o festival.
Chef Alain Burnel no restaurante O Dádiva - evento obrigatório para os apreciadores da alta gastronomia de Minas Gerais. Mais um grande jantar patrocinado pela Casa do Porto.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Desvendando o Mundo dos Vinhos - Mais um Curso de Iniciação da Casa do Porto.

Nos dias 07 e 08 de maio teremos mais um curso de iniciação ao mundo dos vinhos da Casa do Porto. Curso destinado para consumidores de vinho com o intúito de apresentar uma nova visão sobre este produto milenar e encantador.
Os temas abordados seão os seguintes: PRIMEIRO DIA: - Onde tudo começou. - Afinal, o que é vinho? - Métodos de produção. - Personagens do mundo do vinho: enólogo, enófilo e sommelier. - Hemisfério Norte e Hemisfério Sul / Latitude e Longitude. - Velo Mundo X Novo Mundo SEGUNDO DIA: - Principais Países Produtores. - Novas Promessas. - Taças e afins. - Serviço do Vinho. As vagas são limitadas e a a taxa de inscrição é de R$150,00.

Degustação Matsu / Casa do Porto na SBAV-MG

Valeu a pena esperar, depois de alguns anos, volto a apresentar uma degustação na Sociedade Brasileira Amigos do Vinho Minas Gerais (SBAV-MG). A apresentação para um público seleto e muito especial - com os quais já aprendi muito sobre vinho! Os vinhos apresentados foi a trilogia espanhola MATSU (que em japonês significa esperar) - distrubuídos exclusivamente para Minas Gerais pela Casa do Porto.
a trilogia sendo preparada para a degustação. A trilogia MATSU são produzidos na Denominação de Origem Toro (Castilla Y León), pela uva autócnotona local Tinta de Toro (Tempranillo), responsável por mais de 80% dos vinhedos aí plantados. A trilogia é composta por grandes vinhos bem distintos, com uvas provenientes de videiras centenárias. O que diferencia aqui é um ano de safra de um para o outro e o tempo de barrica.
sala de degustação da SBAV-MG. Com esta trilogia, o grupo VINTAE - responsáveis pela produção destes grandes vinhos - querem comparar a evolução do vinho como a evolução do homem. Um "jovem" com muita energia e disposição; um "adulto" com mais bagagem, impondo respeito e um ïdoso" mostrando toda classe da evolução da espécie, carregado de muita tradição.
uma saudável discução sobre os vinhos. Vamos aos vinhos: EL PICARO 2010 - "o esperto" - 100% Tinta de Toro com 3 meses de barrica de carvalho francesa - 14,5% de álcool - vinho intenso, de bom volume. Aromas de frutas vermelhas maduras, ameixa evoluindo para alcaçúz. Bela acidez na boca e longo retrogosto. Um vinho que encanta. EL RECIO 2009 - "impondo respeito" - 100% Tinta de Toro com 14 meses de barrica de carvalho francesa - 14,5% de álcool - o vinho mais adequado para ser degustado neste momento, em perfeita evolução. Intenso, vibrante, riqueza aromática invejável! A fruta está em perfeito equilíbrio com a madeira. Um vinho surpreendente!!! E ainda pode evoluir mais. EL VIEJO 2008 - "pura tradição" - 100% Tinta de Toro com 16 meses de barrica de carvalho francesa - 15,0% de álcool - sem sombra de dúvidas o grande vinho da noite! Mas está longe do seu ápice. Como o próprio nome da trilogia diz: ESPERAR. Mas já se apresenta inteiro, íntegro e rico, mas de forma tímida. Ainda está muito fechado. Sem sombra de dúvidas trata-se de uma bela trilogia.
Não tinha como a primeira degustação da Casa do Porto, apresentada por mim na SBAV-MG ser melhor. Começamos com o pé direito! Em maio já tem mais, marcado para o dia 30. O tema ainda está em aberto, mas com a certeza de mais uma bela degustação.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

terça-feira, 17 de abril de 2012

Dia 17 de abril - Dia Mundial do Malbec


Hoje é dia mundial do Malbec! Data estabelecida pela Wines of Argentina em 2011 para festejar a uva emblemática deste país.
Estabelecer uma data para celebrar a Malbec por nossos hermanos tem os seus motivos: "poucos países do mundo estão ligados a uma única uva como a Argentina à Malbec" - a Argentina é disparada a maior produtora de Malbec do Mundo, plantando esta espécie em todas as suas regiões vinícolas - seja em altutude ou não, seja em regiões desérticas ou não - às vezes aí está a diversidade cada vez maior da Malbec argentina.
E já que é para festejar a Malbec, segue algumas sugestões de bons Malbecs argentinos que podem ser encontrados na Casa do Porto:

- MICHEL TORINO AWARD MALBEC 2010 (Calchaquí) - R$36,00
- EL SUEÑO EDIÇÃO LIMITADA MALBEC 2007 - apenas 5340 garragas por safra (Lujan de Cuyó) - R$69,00
- DON DAVID FINCA LA MARAVILLA MALBEC 2009 (Cafayate) - R$82,00
- CADUS SINGLE VINEYARD 2007 (Lujan de Cuyó) - R$195,00

Um bom dia de Malbec para todos!

segunda-feira, 16 de abril de 2012

L'Aperitivo Bottega - um Autêntico Bar Italiano.

Na última sexta feira (13/04) foi feita uma prévia do que será o L'Aperitivo Bottega, novo bar italiano de Belo Horizonte.

Localizado numa charmosa esquina do bairro de Lourdes (Rio de Janeiro com Tomaz Gonzaga), o L'Aperitivo presa em trabalhar com um cardápio enchuto, repleto em ingredientes frescos e extremamente saborosos.


A carta de vinhos foi feita pelo sommelier Gustavo Giacchero (este que vos escreve) em parceria com a importadora Casa do Porto - tem em torno de 50 rótulos de ótima relação qualidade-preço e com grande destaque para os rótulos italianos.

Monferrato Rosso Sensazioni (Piemonte - Itália) e Chianti Gineprone (Toscana - Itália) deram as boas vindas do L'Aperitivo Bottega para um seleto grupo de convidados.

Entre os drincks, merecido destaque para as três Sangrias oferecidas no cardápio - uma de Chardonnay, uma de Tempranillo e uma de Pinot Noir - todas produzidas com vinhos finos (que é um diferencial).

Muito refrescante. Para quebrar qualquer preconceito por esta bebida!!!

O L'Aperitivo Bottega será oficialmente inaugurado nesta quarta-feira (18/04).

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Maetierra Dominum e seus Quatro Pagos.

Montesc 2006, Gavanza 2006, QP 2005 e QP Vintage 2005 - os vinhos de Quatro Pagos da vinícola Maetierra Dominium.

Na viticultura espanhola, Pagos é um pequeno terreno com um microclima particular, com características singulares, que a diferencia de outros terrenos ao redor. Sendo assim, começaram a surgir neste país, uma classe reconhecida como Vinos de Pagos - geralmente produzindo vinhos excepcionais, com características únicas daquele microclima específico, e com a tutela do Conselho Regulamentador local, que reconhece os vinhos ali produzido como grandes vinhos!
Maetierra Domium, moderna vinícola espanhola, que sempre inova o mercado vitivinícola mundial com suas propostas descontraídas e atuais (são deles por exemplo, a linha Spanish Withe Guerrilla), resolve fazer sua própria interpretação de Vinos de Pagos, e lança no mercado a sua linha Quatro Pagos - quatro vinhos produzidos com uvas de quatro microclimas distintos dentro da denominação de origem controlada (DOCa) de Rioja.
Maetierra Dominum acaba rompendo por completo a filosofia de terroir único, trabalhando com uvas de quatro terroirs distintos entre eles. São vinhos de alta expressão, todos com uma seleção de uvas muito minuciosa, de videiras antigas de baixa produção e com utilização de barricas de carvalho frances novas.
Sempre trabalhando com as uvas Tempranillo, Graciano e Garnacha, a vinícola produz os seguintes vinhos:

MONTESC 2006 – equivale ao vinho Jovem na legislação espanhola - Tempranillo, Graciano e Garnacha Tinta - 13% de álcool - estágio de 4 a 6 meses em barrica.

MONTESC 2006 - um verdadeiro qualidade preço - R$49,00 na Casa do Porto Belo Horizonte.

GAVANZA 2006 - equivalente a um vinho Crianza na legislação espanhola - Tempranillo, Garnacha Tinta e Graciano - 14% de álcool - 14 meses em barrica.

GAVANZA 2006 - uma grata surpresa! Um dos vinhos que mais me surpreendeu neste início de ano - R$70,00 na Casa do Porto Belo Horizonte.

QP 2005 – equivale a um vinho Reserva na legislação espanhola - Tempranillo, Graciano e Garnacha Tinta - 14% de álcool - de 15 a 18 meses em barrica + 12 meses de garrafa. QP é um vinho de autor de referência – elegante complexo e estruturado.

QP 2005 - um Reserva de ótima relação preço qualidade - R$82,00 na Casa do Porto BH.

QP VINTAGE 2005 - restrita produção de 4.981 garrafas desta safra – equivale a um Gran Reserva na legislação espanhola - Tempranillo, Graciano e Garnacha Tinta - 14% de álcool - mais de 18 meses em barrica + 12 meses de garrafa. QP Vintage representa a essência da filosofia Quatro Pagos e é o maior expoente desta filosofia de produção. Vinho complexo, elegante e estruturado. Só é elaborado em grandes safras. Trata-se de um vinho de autor exclusivo, de produção muito limitada.

QP Vintage 2005 - R$213,00 na Casa do Porto Bh. Poucos Gran Reservas espanhóis da DOCa Rioja conseguem ser comercializados neste preço no Brasil.

Maetierra Domininum e seus QP’s: definitivamente uma nova filosofia de produção de vinhos – um projeto exclusivo e inovador.

Apresentação da Cantine San Silvestro em Belo Horizonte.

A convite da Casa do Porto, esteve em Belo Horizonte nesta última semana, o sommelier italiano Marcello Celentano, no intúito de apresentar para o público mineiro, a linha dos vinhos piemonteses da Cantine San Silvestro. Além de sommelier (com nível 2 - ASI Milano), Marcello é produtor de vinhos na região do Vêneto e importa e distribui alguns belos vinhos de outras regiões da "Vecchia Bota".
Cantine San Silvestro é destas típicas cantinas piemontesas, que preza pela qualidade de toda gama dos seus vinhos, dos mais simples aos mais complexos. Referência na produção das uvas Barbera e Nebbiolo, mas que também se aventura com experimentos com uvas como a Cabernet Sauvignon.
Na capital mineira, Marcello apresentou quatro vinhos da San Silvestro em três belas degustações: para profissionais do grupo O Dádiva no salão do restaurante O Dádiva, para clientes da loja Casa do Porto na própria loja e para profissionais do vinho de Belo Horizonte também na loja da Casa do Porto.
Foram apresentados os seguintes vinhos:
- BARBERA OTTONE I D.O.C 2010 - um barbera de entrada, sem madeira. Muito fresco e agradável, ideal para início de uma refeição.
- MONFRÀ MONFERRATO D.O.C 2009 - pra mim a grande surpresa. Um corte de Nebbiolo (80%) com Barbera (20%)com estágio de 4 meses em barricas de carvalho. Boa estrutura com ótima acidez. Tem um toque terroso bem pronunciado. Aos poucos vai aparecendo notas de especiarias como cravo da índia e um leve toque de grãos de café.
- SENSAZIONI MONFERRATO ROSSO D.O.C 2009 - um corte atípico para um Monferrato - Nebbiolo (80%) e Cabernet Sauvignon (20%) - vinho mais moderno, apesar de ser apenas 20% do corte, a pimenta do Cabernet Sauvignon moderno é flagrante aqui, talvez seja esta mesmo a intenção da San Silvestro - produzir um Monferrato com cara de novo mundo.
- BAROLO PATRES D.O.C.G 2007 - surpreendente! Provavelmente o melhor Barolo de "baixo custo" que já degustei. E o mais interessante é que apesar da pouca idade já está bem redondo. Um achado!

O quarteto apresentado - gratas surpresas!!!

Marcello Celentano em sua apresentação para profissionais do grupo O Dádiva.

Clientes da Casa do Porto se preparando para conhecer os vinhos da Cantine Sansilvestro.

Spaghetti ao funghi porcini secchi, tomates frescos e alho poró crocante ao perfume de manjericão feito pelo chef Luciano Contarini. Para fechar a degustação da Cantine San Silvestro com chave de ouro.

Os vinhos da Cantine San Silvestro são comercializados em Minas Gerais com exclusividade pela Casa do Porto.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Salva Guarda Para o Vinho Brasileiro - Visão de um Sommelier.

Sabe qual foi o assunto que ganhou mais destaque no cenário do vinho no nosso país nas duas últimas semanas? Alguma degustação célebre para ficar na história? A visita de um grande produtor? Uma grande feira? Nada disso: o assunto do momento ficou por conta da Salva Guarda do vinho brasileiro.
E o que seria isto? Foi o pedido (ou lamento) de um grupo de produtores brasileiros (lê-se um grupo - e não, todos os produtores)para a nossa presidenta, de aumentar as taxas de imposto de importação de vinhos finos no Brasil. Ou pelo menos, limitar a importação dos vinhos finos estabelecendo cotas para as importadoras.
A justificativa dos produtores é que com a crise que vem assolando alguns países de grande histórico em produção de vinhos somada com a valorização da nossa moeda,os vinhos importados chegam com valores mais acessíveis no Brasil. E assim, vem ganhando cada vez mais o espaço das nossas prateleiras.
O assunto está sendo oficialmente estudado pelo governo, e caso seja aprovado, os nossos impostos sobre os vinhos finos estrangeiro poderá passar dos "ínfimos" 27% para os "irrisórios" 55%.
E o que mais se ve em blogs, sites e twitter é uma campanha maciça contra este possível protecionismo para o vinho brasileiro. Vários sommeliers estão incentivando colegas de profissão a tirar os rótulos brasileiro das cartas de seus restaurantes - alguns proprietários de importadoras colocando um parecer bem questionador sobre o assunto - alguns formadores de opnião e críticos de vinho do nosso país se mostrando totalmente contra esta posição dos produtores de vinho ligados com o governo do nosso país. E o quadro que está sendo pintado é o seguinte:

Importadoras X Produtores de Vinho Brasileiro.
"Restauranters" X Produtores de Vinho Brasileiro.
Sommeliers X Produtores de Vinho Brasileiro.
Consultores e Críticos de vinho X Produtores de Vinho Brasileiro.
Enófilos brasileiros X Produtores de Vinho Brasileiro.

Aí eu pergunto, precisava disso tudo? O meu umilde ponto de vista é o seguinte: não é este o caminho!
Acho que boa parte dos produtores brasileiros estão achando o caminho das pedras. Nossos espumantes ainda estão em alta, mesmo que de forma mais timida, mas estão - nossos vinhos brancos e tintos estão cada vez mais interessantes, fiz uma degustação recentemente com alunos do quarto módulo da ABS-MG e tivemos gratas surpresas...
Sinceramente, se este protecionismo vier neste momento, estaremos dando passos largos para trás - nossos vinhos estarão sendo nivelados por baixo. E eu acho que isso não vai ser interessante para ninguém.
Uma das coisas mais bonitas no mundo do vinho é a sua diversidade. E os enófilos brasileiros tem isso como poucos. Vários profissionais do vinho e enófilos de outros países invejam nossa posição de escolha, certifico isso em cada viagem para fora, em cada contato que faço com colegas de profissão de outros países. E perder este direito de escolha seria um crime! Seria um verdadeiro retrocesso na cultura do vinho de nosso país!
Enfim, deixo aqui o meu repúdio ao Salva Guarda do vinho brasileiro. Não é desta forma que deixaremos nosso vinho entre os melhores do mundo. Deixo aqui meu voto para a manutenção da diversidade do vinho no Brasil, ao direito de escolha de cada um!

segunda-feira, 26 de março de 2012

Agora Também no Taça Cheia

Uma novidade para aqueles que acompanham o Vinum Regnum: agora vocês podem encontar meus textos também no Taça Cheia, blog oficial da Casa do Porto.
Espero que gostem!

www.tacacheia.com.br

Degustação Para Profissionais - Casa do Porto.

Aconteceu no dia 17 último, a Primeira Degustação para Profissionais Casa do Porto 2012. A intenção é fazer um encontro mensal entre os principais profissionais do vinho de Belo Horizonte, para dividir um pouco de conhecimentos deste mundo, fazer um mini intercâmbio entre os restaurante e o principal - degustar os belos vinhos do portfolio da Casa do Porto.


12 profissionais de restaurantes de BH concentrados nos vinhos apresentados

Na nossa primeira degustação, optamos em apresentar vinhos variados de boa relação preço-qualidade, que encaicharia como luva nas cartas de restaurantes. Os vinhos apresentados foram:
1. Domados Rosillo Torrontés 2009 (San Juan - Argentina).
2. Spanish White Guerrilla Gewurztraminer 2010 (Rioja - Espanha).
3. Michel Picard Pinot Noir Millesime 2009 (Borgonha - França).
4. Tierra Del Sol Reserva Carmenere 2008 (Colchagua - Chile).
5. Pharos Crianza 2007 (Rioja - Espanha) - talvez seja o vinho que mais surpreendeu - este Crianza espanhol de 18 meses de barrica. Corte entre as uvas Tempranillo, Garnacha e Graciano. Um verdadeiro achado!

Vinhos apresentados na primeira degustação para profissionais - Casa do Porto.

Paulo - gerente da Risotteria Sorriso e aluno da ABS-MG, premiado durante a degustação para profissionail.

No final de abril tem mais uma - com outros vinhos, com novos conhecimentos!

terça-feira, 20 de março de 2012

Uma Noite Rica em Aromas e Sabores.

Uma noite muito rica em aromas e sabores, assim posso resumir a aula de gastronomia do chef Felipe Rameh, responsável pela cozinha do restaurante O Dádiva. Aconteceu no último dia 12, para um grupo seleto de alunos, dentro do apartamento do próprio chef.
Na ocasião tive a oportunidade de apresentar 3 novos vinhos espanhóis do novo portfólio da Casa do Porto: Spanish White Guerrilla Verdejo 2010, Matsu El Picaro 2009 e Gavanza 2006 - que abrilhantaram ainda mais os pratos do chef Felipe Rameh.
Segue algumas imagens desta noite memorável:
Spanish White Guerrilla Verdejo 2010 sendo preparado para ser degustado.

Os chefs Felipe e Thiago finalizando os últimos detalhes antes da aula.

Os vinhos Matsu El Picaro 2009 e Gavanza 2006 aguardando o momento de entrar em cena.


Verdadeiros felizardos esperando para o início do "sacrifício" - a noite prometia gratas surpresas!

Chef Felipe Rameh iniciando os trabalhos...

Arrematando as torradas como ovos de codorna trufados - simplesmente um luxo!



O Gran Finale sendo preparado - Fideua: prato típico espanhol, que remete à clássica paeja, porém uma versão feita com massa ao invés do arroz. Foi servida com uma posta de bacalhau - não teria como finalizar a noite em maior estilo!

O trio que ajudou a abrilhantar esta grande noite gastronômica: Spanish White Guerrilla Verdejo 2010, Matsu El Picaro 2009 e Gavanza 2006.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Maetierra Spanish White Guerrilla & Gastronomia Japonesa - Será que vai dar liga???

Vinhos brancos espanhóis e gastronomia japonesa... Será que vai “dar liga”?
É com o intuito de responder esta pergunta é que estamos fazendo a nossa primeira Degustação Harmonizada dentro do programa Viva La Vida da Casa do Porto BH.
A principio Ocidente e Oriente não podem ocupar a mesma mesa, some a isso o consenso geral de que comida japonesa deve ser harmonizada com um bom vinho branco ou mesmo com o clássico Saquê, bebida típica da terra dos samurais.
Mas então porque vinhos brancos espanhóis? Vamos aos fatos:
A gastronomia japonesa desenvolveu-se ao longo dos séculos como um resultado de muitas mudanças políticas e sociais no Japão. Sendo assim, a culinária deste país não parou de acompanhar a evolução de sua comunidade. E por que não dizer, a evolução do Mundo.
Assim como a gastronomia japonesa, o vinho espanhol também evoluiu muito ao longo dos séculos: invasões mulçumanas, retomada cristã, praga da filoxera e algumas crises, fizeram dos vinhos deste país um dos mais dinâmicos e atuais do que podemos chamar de “berço do vinho” – e isto tudo sem perder o respeito às suas raízes.
Além do mais, nas últimas décadas, não há gastronomia mais “estrelada” que a japonesa e não há vinhos de novos produtores mais pontuados que os espanhóis.
Ao mesmo tempo tradicionais e atuais. Inovadores e dinâmicos. Venha conhecer esta nova vertente da gastronomia japonesa e dos vinhos brancos espanhóis na nossa primeira Degustação Harmonizada do Programa Viva La Vida 2012.
Albariño ou Sauvignon Blanc? Verdejo ou Chardonnay? Riesling ou Gewürtraminer? Qual será a melhor harmonização? Venha descobrir com a gente!

Está Degustação Harmonizada é uma parceria entre a Casa do Porto e restaurante Rokkon.

Valor total do investimento: R$150,00

Vizar 12 Meses 2006 - por Flavio Maciel & Gustavo Giacchero.

Quando acabei de descrever este vinho no meu caderno de degustações, recebi um email do sommelier Flavio Maciel com algumas descrições de vinhos espanhóis que tinha acabado de degustar. E coincidentemente entre os vinhos descritos, estavam alguns relatos do Vizar 12 Meses 2006. E aí veio a idéia de postar o vinho descrito por dois sommeliers. Um detalhe importante, o vinho degustado não era da mesma garrafa.
Ganhei este Vizar de uma verdadeira figura do mundo do vinho: Alberto Escribano, espanhol responsável pela divulgação desta vinícola neste mundão de Deus. Já havia degustado anteriormente este 85% de Tempranillo com 15% de Cabernet Sauvignon, estagiado 12 meses em barricas de carvalho, mas sempre que me encontro com este vinho, ele me apresenta mais novidades.
Vizar é uma referência entre os Vinos de la Tierra de Castilla Y León, consegue trabalhar com tradição e modernidade como poucos produtores. Mas vamos ao Vizar 12 Meses 2006:


"Este vinho eu descrevo em três palavras: saboroso, intenso e complexo." Com estas palavras Flavio Maciel inicia sua descrição. - " Floral(violeta), compota de frutas negras, aniz estrela e baunilha. Gostou ? Pois é, este Vizar 2006 se destaca por apresentar aromas bem complexos. Com 85% Tempranillo e 15% Cabernet Sauvignon, e de cor rubi com reflexos violáceos, este vinho oferece na boca intensas sensações de sabor e estrutura. Taninos bem domados, pelo estágio 12 meses em carvalho." - assim Flavio termina sua descrição.

Vou um pouquinho além: em seu aroma apresenta cacau, especiarias doces (tendo destaque açúcar mascavo), ameixa madura e uma leve torrefação. Na boca extremamente elegante, tudo bem equilibrado. Certamente um grande vinho! Não é um vinho barato, mas com certeza podemos falar que tem uma ótima relação qualidade-preço.

Garrafa autografada pelo próprio Alberto Escribano.

Flavio Maciel é sommelier dos restaurantes japoneses Rokkon, além de um grande parceiro.

Os vinhos Vizar são importados e comercializados exclusivamente pela Casa do Porto.

sexta-feira, 9 de março de 2012

"BAROLOS" & "barolos".

"BAROLO", vinho célebre da região do Piemonte, no noroeste italiano. Produzido com a inigualável Nebbiolo, uva de taninos marcantes, que geralmente produz vinhos bastante estruturados, complexos, elegantes, de grande corpo, rico em aromas e de longa guarda. Este vinho que se auto-intitula como "Rei dos Vinhos", em meados do século XX conquistou toda alta gama da sociedade italiana, onde ocupa um espaço de destaque até hoje. Provavelmente ao lado do também aclamado Brunello di Montalcino, o "BAROLO" é um dos vinhos italianos mais respeitados em todo Mundo.
Mas entre os produtores de "BAROLO" tradicionais (aqueles que mantem a tradição de décadas, ou porquê não de séculos)e os da linha moderna (aqueles que limitam a fermentação da Nebbiolo, abusam um pouco mais na madeira - geralmente a francesa no lugar da tradicional eslovena - no intúito de ter vinhos direcionados para o paladar moderno, para não dizer paladar globalizado), há também os produtores de "barolos", e não de "BAROLOS" se é que me entendem...
Os produtores de "barolo" são aqueles que vivem da sombra dos verdadeiros "BAROLOS". Uma versão genérica deste grande vinho, que não chega nem aos pés da elegância, da potência e da vivacidade de um grande "BAROLO". E o pior, que estão invadindo nossas prateleiras com valores consideravelmente abaixo do valor praticado por um verdadeiro "BAROLO".
E quem sai perdendo com isso?
1. os produtores "tradicionalistas" ou "modernistas", que dentro da sua filosofia de produção sempre estão direcionados em lançar grandes prudutos no mercado e começam a se deparar com uma concorrência desleal.
2. nós consimidores finais, que podemos ser facilmente enganados ao comprar um "barolo" ao invés de um "BAROLO".
E seguindo um dito popular: "gato escaldado em água quente tem medo de água fria", recentemente "mordi a minha lingua" ao me deparar com um "BAROLO" de boa relação qualidade-preço e logo afirmar que era no mínimo questionável. É a antiga história dos justos pagando pelos pecadores...
Trata-se do BAROLO PATRES D.O.C.G 2007, produzido pela Cantine San Silvestro. Este Nebbiolo estágiado 26 meses em barricas de carvalho eslovena se apresenta com um ruby bem marcado , límpido e muito brilhante. Seus aromas são ricos desde o primeiro instante: flores desidratadas, frutas secas, cereja madura, ameixa, anis estrelado, algo que remete a caça se apresentam rapidamente. Na boca boa acidez, muito frescor, taninos marcantes, fruta fresca, especiarias, cacau e um leve defumado. Acima da média pelo valor que é trabalhado. um digno "BAROLO"merecedor de maiores atenções!

Barolo Patres DOCG 2007 - um verdadeiro relação qualidade-preço.

Uma dica: caso não tenha segurança, ou a certeza da procedência do seu "BAROLO", vale a pena apostar num vinho Nebiollo Langhe DOC - são vinhos produzidos na mesma região, no Piemonte, com D.O.C própria, e que geralmente nos reservam gratas surpresas. Não vai chegar na potência e complexidade de um "BAROLO", mas facilmente vai superar um "barolo" qualquer. Neste caso, vale apostar no Fontana Fredda Langhe Nebbiolo D.O.C 2007.


Os vinhos Barolo Patres D.O.C.G 2007 e o Fontana Fredda Langhe Nebbiolo D.O.C 2007 são comercializados pela Casa do Porto.

Viva La Vida - Casa do Porto e Rokkon


Para aqueles que gostam de uma bela gastronomia japonesa harmonizada com uma diferenciada seleção de vinhos brancos podem agendar para o próximo dia 17 (sabado) o Viva La Vida - Casa do Porto e Rokkon.
Na ocasião, o restaurante japonês Rokkon irá preparar um cardápio diferenciado para harmonizar com os seis vinhos espanhóis do kit Spanish White Guerrilha - Albariño, Verdejo, Sauvignon Blanc, Chardonnay, Rieslinf e Gewürztraminer, todos da safra 2010.
Esta degustação harmonizada faz parte do Viva La Vida Casa do Porto - que tem o intúito de promover degustações, promoções de vinhos e afins aos sabados a tarde na loja da Casa do Porto.

VIVA LA VIDA CASA DO PORTO E ROKKON.
Sabado, 17 de março das 12 às 16 horas.
Investimento de R$150,00 por pessoa.