quinta-feira, 31 de março de 2011

"São as águas de março fechando o verão"


Final de março, final de verão! Chega ao fim a estação mais quente do ano. E o verão leva contigo alguns hábitos típicos do clima quente - como por exemplo, o consumo de vinhos brancos e rosés diminuem consideravelmente, dando espaço para o consumo de vinhos tintos, que tem tudo haver com esta época e com a gastronomia explorada neste período.
Mas neste último verão tivemos algumas gratas surpresas: primeiro que nunca se consumiu tanto vinhos brancos e rosés na capital mineira como neste ano - sinal que o brasileiro realmente está quebrando alguns preconceitos, e principalmente, estão sabendo comer e beber melhor, preocupados com a melhor harmonização, com a maior satisfação no ato de comer. E em segundo lugar é que as importadoras se preocuparam em trazer maior número de opções de vinhos brancos e rosés, e o principal, com uma qualidade consideravelmente superior.

Dentre tantos vinhos brancos de ótima qualidade ofertados no mercado, daria destaque para dois que me chamaram muita a atenção: o espanhol VIENTO ZEPHYROS ZERBEROS 2008 e o sul-africano STEENBERG SAUVIGNON BLANC 2009 - vinhos fantásticos dentro da sua margem de preço, muito atípicos entre outros brancos ofertados no mercado. VIENTO ZEPHYROS 2008 é um vinho que já encanta pelo rótulo, pelo simples fato do mesmo ter sido desenhado pelo vento Zephyros - isto mesmo, desenhado pelo vento - que empresta seu nome ao vinho: corte de Abillo Real (uva pouco explorada - mas que é protegida pelo conselho regulamentador de Ribeira Del Duero) e Sauvignon Blanc, estagiado durante 9 meses em barricas francesas usadas de 500 litros. A riquesa de informações que este vinho nos proporciona é fantástica: amanteigado, passando por baumilha, evoluindo para um agradável toque de frutas brancas, floral bem delicado - tudo isto acompanhado com um toque de frutas secas e um leve oxidativo, estilo jerez que me agrada muito. Simplesmente surpreendente!

Já o STEENBERG SAUVIGNON BLANC 2009 preza pela sua delicadeza, pela sua sutiliza. Este Sauvignon Blanc sul-africano encanta aos olhos com seu amarelo palha, com reflexos esverdeados, límpido e muito brilhante!Um toque de salinidade é o que mais chama a atenção na avaliação aromática: mineral, pessego fresco e limão siciliano são facilmente identificados neste vinho rico, tudo isto moldado com um defumado muito atípico para este estilo de vinho, mas ao mesmo tempo muito encantador!Na boca um frescor invejável, com uma acidez no ponto certo! Frutas brancas como pessego e principalmente maçã verde são marcas registradas neste elegante Sauvignon Blanc!
Simplesmente os dois melhores vinhos brancos do meu verão! Gratas surpresas! Que vão deixar saudades do verão 2010-2011.

terça-feira, 22 de março de 2011

Uma Janela para o Território


"Uma janela sobre o teritório" - assim Marco Pallanti - enólogo e proprietário da vinícola Castello di Ama define seus vinhos produzidos na região do Chianti Clássico. Um verdadeiro respeito ao terroir local. O próprio Pallanti se intitula como um verdadeiro "parteiro de vinhos", não um enólogo propriamente dito. Pois segundo ele, o seu papel ali é apenas ajudar "a dar a luz" a um produto já criado, respeitando o tempo da mãe - neste caso a videira - e respeitando o tempo do filho - no caso, o ponto certo do vinho ali produzido.
Castello di Ama dispensa apresentações maiores, por várias safras conseguiram pontuações máximas por grandes críticos de vinhos espalhados pelo mundo. O que comprova todo o potencial desta região tantas vezes tão criticada mundo a fora. Marco Pallanti não fica atraz dos méritos desta vinícola familiar: considerado por alguns anos como o melhor enólogo, ou caso queira o melhor "parteiro" da Itália - ele justifica muito bem todo este respaudo em seus vinhos.
Na degustação realizada na Mistral BH, foram apresentados cinco vinhos bem interessantes: VIGNA AL POGGIO 2009 (Chardonnay com Pinot Grigio muito interessante - com um belo frescor, uma acidez adequada e com aromas florais encantadores); ROSATO 2009 (um rosé de Sangiovese e Canaiolo muito agradável e "fácil" - ótimo para um final de tarde num happy- hour). CHIANTI CLÁSSICO CASTELLO DI AMA 2006 (aqui a coisa começou a ficar muito séria - um autêntico Chianti Clássico, com 80% de Sangiovese e 14 meses de barrica. Toques de frutas negras, tabaco e defumado acompanhado de uma bela acidez que todo bom Chianti deve ter são pontos fortes deste vinho - a safra 2006 foi uma safra especial, pois foi o ano de comemoração dos 25 anos da vinícola). CHIANTI CLÁSSICO VIGNETO LA CASUCCIA 2006 (corte de Sangiovese com 80% e Merlot com 20%, este vinho sorbebo e extremamente elegante foi o Chianti Clássico mais bem pontuado pela crítica especializada de todos os tempos - simplesmente fantástico, uma riqueza de informações na taça que fica até dificil de descrever em poucas palavras - pra mim o melhor vinho da tarde!). E para finalizar com alto estilo nada mais nada menos que um dos Super Toscanos mais disputados na atualidade: VIGNA L´APPARITA MERLOT 2006 (trata-se de um Merlot extremamente elegante e balanceado, que te conquista no primeiro olhar até o último gole - riqueza aromática fantástica e com um belíssimo retrogosto - ainda está "verde" - mais alguns anos de garrafa vão fazer muito bem para este vinho).
E assim finalizamos mais uma degustação memorável de vinhos italianos oferecida pela equipe da Mistral BH. E aqui deixo o meu mais sincero agradecimento!
Grazie Tante per tutta la equipe della Mistral BH! Grazie tante a Castello di Ama e Marco Pallanti!!!

terça-feira, 15 de março de 2011

Chile - diario de bordo - parte 4


Marcelo Retamal - considerado por muitos como o melhor enólogo do Chile e um dos maiores destaques das Américas.

Último dia de visitas às vinícolas do Chile, e não poderia ser melhor: literalmente fechamos estes dias de muitos conhecimentos e experiências novas com vinhos diversos com chave de ouro! E motivos para isto é que não faltaram:
Primeiro fomos recebidos na vinícola De Martino por quem realmente entende do assunto, o enólogo da vinícola Marcelo Retamal - considerado pela crítica especializada como o melhor enólogo do Chile na atualidade - que está com um trabalho fantástico de "reinvenção do vinho chileno". Apostando os seus conhecimentos em vales até então pouco explorados neste país - como por exemplo o gelado Vale de Elqui. Na ocasião, Retamal nos deu uma verdadeira aula sobre as diversidades das regiões chilenas, deixando bem claro a importância de explorar a difersidade geográfica e climática deste país - produzindo vinhos cada vez mais diversos, cada vez mais únicos.
A aula foi seguida de uma degustação de oito vinhos da De Martino, apresentados pelo próprio criador. Foi uma degustação de vinhos brancos e tintos bem distintos de cinco vales diferentes (Limari, Casablanca, Maipo, Choapa e Elqui)- ótima oportunidade para conhecermos não só o estilo dos vinhos e suas uvas, mas principalmente o estilo de cada vale. O grande destaque da degustação ficou por conta do tinto ALTO LOS TOROS 2008 (Vale de Elqui) - um corte de Syrah e Petit Verdot de belíssima estrutura acompanhada de uma riqueza aromática fantástica: cravo da índia, tabaco, pimenta e frutas negras em compota prevalecem neste vinho. Na boca um pouco verde devido a pouca idade, mas os taninos já estão bem trabalhados e com uma persistência formidável.
E como não se bastace toda esta aula acompanhada de uma bela degustação, ainda tivemos a oportunidade de participar do início da vendímia de Sauvignon Blanc da De Martino. Um momento único, que com certeza vai ficar na memória como um dos principais momentos desta viagem oferecida pela Decanter.
No final da tarde ainda fomos conhecer outra vinícola de grande destaque na região do Maipo, a famosa El Principal - que dispensa apresentações maiores... Paisagem fantástica, estrutura fantástica e vinhos muito bem trabalhados! O "gran finale" não poderia ser melhor... A princípio fomos apresentados a um Sauvignon Blanc ainda em processo de fermentação, experiência bem interessante. E depois fizemos uma degustação dos três vinhos tintos da vinícola dentro da impactante sala de barricas. Calicanto 2009, Memórias 2007 e El Principal 2006. Todos eles ainda novos, mas que mostram para que veio. O El Principal principalmente, com toda sua complexidade e elegância, como não poderia ser diferente! Depois nos foi oferecido um jantar entre as plantações de Cabernet Sauvignon do El Principal, com uma paiságem estonteante, simplesmente sem comentários!
E este foi o nosso último dia de visitas. E que o próximo seja breve! Se assim Deus permitir...


Paisagem da vinícola El Principal - simplesmente uma das vinícolas mais bonitas que já conheci!

quinta-feira, 10 de março de 2011

Chile - diario de bordo - parte 3


Vinhedos do Caliterra - no coração do Vale de Colchagua.

Pra onde foi todo aquele herbáceo "típico" do Carménère chileno que tanto era criticado? Acho que esta seria a melhor pergunta depois de um dia de degustação de grandes Carménères.
Eis que estamos no Vale de Cochagua, região que fica no centro-sul chileno, em torno de 200 Km da capital Santiago. Região extremamente encantadora, de clima muito quente, seco, muito apropriada para a produção de Carménère e Cabernet Sauvignon.
A visita foi à Vinicola Caliterra, uma das mais respeitadas da região, e com certeza com uma das paisagem mais impactantes. As boas vindas foram dadas pelo engenheiro agrônomo Marcelo, que além de ter nos guiado por vários vinhedos distintos da Caliterra dentro do mesmo vale, nos explicou com maestria a política da vinícola de elaborar "vinhos amigáveis", com uma agricultura de precisão, vinhedos sustentáveis, e alguns até com o certificado de vinhedos orgânicos. E de que forma este trabalho com vinhedos sustentáveis podem refletir não só no vinho como no dia a dia de toda a comunidade em torno do Vale de Colchagua.
Posteriormente, fizemos uma degustação completa da linha Caliterra dirigida pelo enólogo Gabriel Cancino. Foram 15 vinhos degustados, entre as linhas Reserva, Tributo, Bio Sur, Tributo Edición Limitada e Cenit (a grande estrela da companhia - que dispensa apresentações maiores). E como não poderia ser diferente, a bola da vez foram os vinhos tintos, em especial aqueles produzidos com a uva Carménère. E o que mais me chamou a atenção foi a ausência daquele toque herbáceo típico do Carménère chileno, que para muitos (inclusive pra mim) se tornavam cansativos na medida que ia consumindo o vinho. Acho que isto já é reflexo da tal "reinvenção do vinho chileno" que tanto ando escutando recentemente.
Dentre todos, sem considerar o Cenit 2006 e o Cenit 2007, pois estes dois estão alguns vários degraus acima do restante, o meu grande destaque fica para o Caliterra Bio Sur Carménère 2009 - vinho com uma riqueza aromática fantástica: pimenta branca, uma goiaba bem delicada, amora madura evoluindo para um defumado e um cacau muito bem integrado! Na boca os taninos estão vivos e bem domados, nada agressivos, acompanhado de uma acidez agradável - amoras maduras e um leve toque de defumado prevalece aqui. Um Carménère acima da média pelo preço que é praticado!
Visita perfeita, em uma paisagem deslumbrante e com um acompanhamento técnico fantástico. Dureza foram as três horas de viagem de volta para Santiago. Mas valeu e muito o sacrifício!

Vinhedos de Carménère - a grande estrela do Vale de Colchagua.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Chile - diario de bordo - parte 2.


Mesa de degustação de frente para os vinhedos de Pinot Noir - Terra Noble - Casablanca.

Finalmente um Riesling chileno! Está aí uma coisa que me deixava incucado, por quê uma região como Casablanca, com todo o histórico de referência para produção de vinhos brancos e Pinot Noir não exploravam uma outra uva branca que não fosse Sauvignon Blanc e Chardonnay... mas eis que minha inquietação sobre isto acabau!
Mas vamos começar do começo, eis que voltamos para Casablanca para conhecer o novo projeto da Terra Noble nesta região.E a primeira coisa que chamou a atenção foi a diversidade de clima e terra que aí se encontra. Já que estivemos em Casablanca no dia anterior, foram visíveis as diferenças.
Fomos recebidos pelo simpáticos Juan Carlos (diretor de exportação) e Francisco Matte (engenheiro agrônomo) que nos deu uma excelênte aula de terroir e adaptação de raízes ao solo. O que fez cair por terra a história de pé franco no Chile.
Depois de conhecermos varios quarteis bem distintos um do outro, fomos para mesa de degustação para degustarmos os vinhos da Terra Noble. E a atração mais uma vez ficaram para os vinhos brancos. Todos os três apresentados foram muito interessantes, e com um balanço e equilibrio muito agradável, que é o que interessa para a vinícola, quase que uma filosofia de trabalho. Mas os que mais me chamaram a atenção foram os dois Riesling, que ainda não temos no Brasil, dos quais falerei mais detalhadamente neste momento:
TERRA NOBLE RIESLING 2010 - a princípio um pouco tímido no aroma, mas aos poucos vai se mostrando de forma sutil. Um agradável aroma de limão siciliano prevalece neste vinho, evoluindo para flor de laranjeira na medida que vai se abrindo na taça. Na boca uma bela acidez e um frescor muito agradável. O limão siciliano é facilmente encontrado aqui novamente.
Um ótimo exemplar daquilo que indaguei no começo: Casablanca tem terroir propício para este estilo de uva...
TERRA NOBLE RIESLING (70%)SAUVIGNON BLANC (30%) 2010 - aqui está o meu vinho do dia! Apesar de não ser um Riesling 100%, aqui sim encontramos nuances de petróleo e mineral que se espera desta uva. Bela acidez e ótima persistência, com um cítrico bem marcante no final de boca são pontos marcantes neste agradável vinho.
Estes primeiros Riesling chilenos que conheci já valeram a viagem...


Francisco Matte na mesa de degustação - depois de uma belíssima aula de terroir e adaptação de raízes.

sábado, 5 de março de 2011

Chile - Diario de Bordo - Parte 1.


Um brinde com Miciê Thierry Villard - proprietário da Vinícoila Villard - Tanagra.

A convite da importadora Decanter, me encontro até o dia 9 deste mês no Chile, conhecendo as vinícolas que tem seus vinhos importados pela mesma. E na medida do possível estarei dividindo esta experiência aqui no blog.
Chegamos hoje no Chile, e do aeroporto fomos direto para a região de Casablanca conhecer os projetos do já aclamado produtor Thierry Villard. Foi uma visita mais do que descontraida, onde tivemos a oportunidade de conhecer a sua plantação de Sauvignon Blanc, Chardonnay, Syrah e Pinot Noir. Todas estas praticamente no mesmo terroir, e desenvolvendo no seu tempo, o que é bem interessante!


Depois da visita dos vinhedos, fomos ao restaurante Botha (acho que é assim mesmo que se escreve), onde tivemos a oportunidade de conhecermos alguns rótulos brancos e tintos da familha Villard. Entre os vinhos degustados merecem destaque o VILLARD EXPRESIÓN SAUVIGNON BLANC 2010 - com seu frescor de imprecionar, este vinho tem uma riqueza aromática fantastica - um cítrico bem delicado moldado com um toque de melão e erva cidreira bem interessante. Entre os tintos a grande surpresa pra mim ficou para o VILLARD GRAN VIN ASSEMBLAGE 2007 - um corte de Cabernet Sauvignon (do Maipo)com Merlot e Syrah (Casablanca) - canela, noz moscada, frutas vermelhas bem maduras são marcas registradas neste vinho. Tudo isto acompanhado de um herbáceo muito marcante, que numa degustação às cegas me remeteria a um Carménère. Muito interessante!
Deixo aqui os meus agradecimentos à familha Villard pelo carinho e recepção mais do que calorosa neste primeiro dia de sacrifícios no Chile!
E isto foi só o começo! Amanhã tem mais!

quinta-feira, 3 de março de 2011

Blanc de Noir apresenta seus vinhos franceses


A Blanc de Noir, a mais nova importadora da capital mineira, apresentou no último dia 2, alguns vinhos franceses do seu portifólio. A agradável apresentação aconteceu no Café Santa Sophia num "almoço tardio", como os próprios organizadores resolveram apelidar.
Na ocasião foram apresentados 10 vinhos entre champagnes, vinhos brancos e tintos, sendo alguns muito interessantes. Dentre todos merecem grande destaque a CHAMPAGNE PHILIPPE GONET RESERVE BRUT - pra mim a grande estrela da tarde, com seu amarelo "meio acastanhado" (se é que isto existe), sua perlagem extremamente delicada e contínua, com aromas de brioche, damasco, floral, frutas brancas e castanhas. Na boca a complexidade dos aromas persistem, com mais destaques à torrefação e frutas secas. Está entre as melhores champagnes de bom preço-qualidade que degustei recentemente.

Entre os vinhos tintos o grande destaque ficou para o LA FLEUR 2007 (foto ao lado). Este vinho apresenta uma riqueza aromática fantástica: canela, cravo, pimenta do reino, cacau e frutas vermelhas em compota são facilmente encontrados. Na boca os taninos estão bem vivos e domados, um toque terroso, meio aerado da um charme especial para este vinho de longo e elegante final de boca. Não podemos esquecer também do CHÂTEAU CONDAT 2005, vinho de ótimo preço-qualidade que já tive a oportunidade de descrever aqui neste mesmo blog.
A Blanc de Noir mostrou mais uma vez que está seguindo a risca a sua linha de produtos: artesanais, de produção limitada e de alta qualidade!
Santé à toda equipe Blanc de Noir!
Mais informações: (31)2531-5252

quarta-feira, 2 de março de 2011

Nova carta de vinhos do Rokkon.

A nova carta de vinhos do Rokkon - restaurante especializado em gastronomia japonesa está a todo vapor! A carta permanece com a mesma média de rótulos, em torno de 90 opções. Mas a principal diferença para a carta anterior foi o aumento de opções entre os espumantes, vinhos brancos e vinhos rosés, ficando mais fiel à proposta gastronômica da casa.
Entre os novos vinhos merecem destaque os brancos: CASA VALDUGA GRAN RESERVA CHARDONNAY 2009 (vinho brasileiro, concentrado e de bela complexidade - harmoniza muito bem com os pratos quentes da gastronomia japonesa)- WILHELM BRÜNDIMAYER GRÜNER VELTLINER 2008 (vinho austríaco produzido pela cepa Grüner Veltliner, pouca explorada por nós brasileiros. Frutas brancas e mineralidade é o que prevalece neste belo vinho)- e para fechar a fila o VIENZO ZEPHYROS VINO DE LA TIERRA 2008 (vinho espanhol de Castilla Y Leon produzido com as cepas Abillo Real (também pouc explorada por nós brasileiros) e Sauvignon Blanc - fermentado por 9 meses em carvalho. Um vinho de belo frecor e estrutura, conseguindo equilibrar muito bem a estrutura da madeira com a leveza e frescor da fruta) - provavelmente seja este o melhor vinho branco que conheci neste verão!
Vale a pena passar no Rokkon para conhecer as novidades da carta de vinhos para harmonizar com a bela gastronomia japonesa oferecida pela casa.


O famoso rótulo desenhado pelo vento do VIENZO ZEPHYROS VINO DE LA TIERRA 2008.

Rodrigo Geisse em Belo Horizonte.


Em passagem rápida pela capital mineira no início desta semana, Rodrigo Geisse, filho do aclamado enólogo Mario Geisse nos presenteou com duas palestras seguidas de degustação de seus espumantes.
Na ocasião, Rodrigo falou de um modo geral, como está a vitivinicultura brasileira nos dias de hoje: os grandes avanços, as grandes conquistas, e quais as dificuldades que ainda perpetuam para que o vinho brasileiro ganhe respeito no cenário internacional. Sem perder o foco, é claro, nos seus vinhos de terroir, como são considerados os espumantes produzidos pela sua família.
A Vinícola Geisse produz uma das melhores linhas de espumantes no Brasil: dos seus espumantes mais básicos (Amadeu Brut, Rosé e Moscatel)passando pela linha Cave Geisse (Brut e Nature) até chegar a mais alta gama composta pela Cave Geisse Rosé e Cave Geisse Terroir Nature - estas sim conseguem ser pário duro para qualquer espumante no mundo - só são produzidas em grandes safras, a que está sendo comercializada atualmente é a 2006, e daqui a pouco veremos a 2008 no mercado. Por opção da famílha Geisse, toda a linha é produzida pelo método tradicional (segunda fermentação na garrafa)e sempre safrado - isto quer dizer sem mistura de safras - o que mostra o respeito pelo terroir daquele ano.
A primeira palestra, que foi mais uma espécie de treinamento foi realizada no restaurante O Dádiva - onde as equipes deste restaurante, Sorriso, Rokkon, Tizé e Maria de Lourdes tiveram a oportunidade de comhecer de perto os espumantes Amadeu Rosé 2009 e Cave Geisse Rosé 2006 - ambos 100% Pinot Noir, mas bem distintos um do outro.
A segunda palestra ocorreu para a turma do terceiro módulo da ABS-MG.Com uma linguagem mais técnica, os alunos tiveram uma belíssima aula de como os espumantes brasileiros evoluiram da década de 70 até hoje. Sendo degustado no final os aclamados Cave Geisse Terroir Nature 2006 (Chardonnay e Pinot Noir) e a Cave Geisse Rosé 2006. Verdadeiros ícones dos espumantes brasileiros!
Os espumantes da Vinícola Geisse são distribuídos pela Casa do Porto para toda Minas Gerais.
No mais só temos a agradecer por produtores sérios que ainda lutam para colocar nossos vinhos em um lugar de destaque no cenário internacional.
Saúde à familha Geisse!


Toda sutileza da Cave Geisse Terroir Nature 2006 e da Cave Geisse Rosé 2006.

terça-feira, 1 de março de 2011

Uma verdadeira aula de Vino Nobile de Montepulciano


Aconteceu no último dia 24, na loja da Mistral BH, a apresentação dos aclamados vinhos da vinícola toscana Avignonesi, que sempre enquadra seus grandes vinhos entre os Top 100 da Wine Spectator. A apresentação ficou por conta de Brett Fleming,gerente de exportação da vinícola, mas que tem um envolvimento com os seus vinhos como se fosse o próprio enólogo.
Na ocasião foram apresentados os vinhos:
ROSSO DI MONTEPULCIANO D.O.C 2008 - 85% Prugnolo Gentile, 10% Canaiolo e 5%Mammolo - 4 meses de carvalho - vinho de médio corpo, extremamente delicado e sedoso; frutas vermelhas maduras prevalecem neste belo exemplar de Rosso di Montepulciano de bom preço qualidade.
VINO NOBILE DI MONTEPULCIANO D.O.C.G. 2006 - mesmo corte do Rosso di Montepulciano, porém com estágio de 9 meses em carvalho - vinho mais estruturado, de belo corpo. Os taninos nobres condiz com o nome do vinho. Belíssima persistência na boca, com ótima acidez; encontramos facilmente um mix de frutas negras, tabaco, carne defumada e frutas neste vinho de bela complexidade.
DESIDERIO D.O.C. 2005 - 85% merlot, 15% cabernet sauvignon - 18 meses em barrica. O mais atípico de todos os vinhos apresentados. Numa degustação às cegas passa facilmente por um Bordeaux de Saint Emilion. Elegância e potência caminham juntos neste vinho que leva o nome de um toro toscano muito criado na região até o século IXX. Realmente muito bom - um estilo "super toscano" muito bem elaborado!
VINO NOBILE RISERVA GRANDE ANNATE D.O.C.G. 2005 - o "gran finale" não poderia ser melhor. Este autêntico Vino Nobile, produzido com 85% de Prugnolo Gentile e 15% de Cabernet Sauvignon, com estágio de 30 meses em barrica de carvalho é fantástico. Elegância, vibrante e complexo! Resumiria este vinho com estas três palavras...
Além de todas estas pérolas apresentadas, Brett Fleming ainda nos presenteou com uma verdadeira aula sobre Vino Nobile, suas principais diferenças entre este e um Chianti Clássico ou um Brunello di Montalcino. E deixou claro o seu orgulho do Vino Nobile ser o mesmo vinho há décadas e mais décadas de história, sem perder a sua tradição, sem se curvar para o novo mercado do mundo do vinho...
Vida longa ao Vino Nobile di Montepulciano!
Vida longa a Avignonesi!


Rodrigo (Sorriso Risotra), Brett Fleming e Fabio (Rokkon) nesta memorável degustação!