terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Vega Sicilia 1965 - por Thiago Fernandes.

"A nossa vida é tão maravilhosa que nos prega peças o tempo todo e nos proporciona experiências únicas que levaremos para o resto de nossas vidas. Há dois anos atrás nem me imaginava estar onde estou tão pouco degustar vinhos fantásticos e icônicos que tive a oportunidade de degustar. Vinhos renomados dos grandes produtores do mundo das melhores safras e altas pontuações - apesar de eu não considerar tanto essa última colocação. Enfim,na semana passada degustei 3 vinhos de grandes produtores porém de safras que não foram tão aclamadas pelos críticos mundo afora,depois desta experiência pude de fato constatar que nas mãos de produtores conscientes, responsáveis, que produzem quantidades minúsculas de vinho para expressar da melhor maneira possível seu terroir conseguem fazer verdadeiras jóias.Esses vinhos no começo podem ser um pouco rudes e duros mas com o tempo evoluem muito bem ganhando um equilíbrio desconcertante. E dentre esses o que mais me chamou a atenção foi um Vega Sicilia 1965,e essa bodega despensa comentários,referência não só para a Espanha mas sim para o mundo todo. O vinho não aparentava a idade que tinha,estava íntegro e muito complexo. Na cor um rubi com traços alaranjados de média intensidade muito límpido,e detalhe: não tinha nem resquícios de borras. Nariz bastante evoluído e maravilhoso,notas de tabaco,cogumelos,alcaçuz,especiarias se mostraram mais intensas e depois surgiram café,caramelo e caixa de charuto(cedro),fruta seca e um floral muito elegante que me intrigou devido á idade e o estilo do vinho. Em boca era firme e de textura aveludada,muito bem integrado,ótima acidez e 13,5% de álcool que garantiram boa estrutura e força a esse “Coroa” de 47 anos de idade. Prazeroso e inesquecível. O Vega até 1982, se não estou enganado, era considerado “vinho de mesa” devido a sua composição e seu amadurecimento, composto de Cabernet Sauvignon,Malbec,Merlot,Tinto fino(Tempranillo) e Albillo,amdurece no mínimo 7 anos em madeira sendo que durante esse tempo é trasfegado várias vezes para outros tonéis e barricas de diferentes idades e tamanhos(creio que seja por isso que não tinha borra),logo depois descansa mais dois anos em garrafa para aí sim ser comercializado. O Vega Sicilia sem dúvida nenhuma está num seleto grupo de produtores que inspira respeito pela mera menção de seus nomes. Cheers!"

Thiago Fernandes é um dos sommeliers mais promissores de Belo Horizonte, sem sombra de dúvidas um dos melhores alunos que já tive na ABS-MG. Hoje está executando um belo trabalho nos salões do restaurante Vecchio Sogno.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Pinot Grigio ou Pinot Gris? Eis a questão...

" Imagine um par de gêmeas idênticas separadas ao nascer e criadas em países diferentes. Geneticamente idênticas, mas de países diferentes, com idiomas diferentes e um estilo diferente. É isso que acontece com a Pinot Grigio e a sua companheira, Pinot Gris."
Matt Skinner - livro Sem Segredos.

É indiscutível que trata-se da mesma uva, Pinot Grigio como é conhecida na Itália e Pinot Gris como é conhecida na França. Mas como pode produzir vinhos tão diferentes? Terroir? Tudo bem, tem que ser levado em consideração. Mas mesmo assim, ainda continuam muito diferentes...
A Pinot Grigio, versão italiana, geralmente é cultivada na região do Vêneto. Produz vinhos bem leves, delicados e frescos. Aconcehha-se consumí-los ainda jovem.
Já a Pinot Gris, versão francesa, geralmente é cultivada na região da Alsacia. Produz vinhos mais intensos, mais concentrados, principalmente quando estagiados em barricas de carvalho.
Também conhecida como Grauburgunder, Ruländer e Malvoisie, a Pinot Grigio / Pinot Gris também são cultivadas em outros países como Alemanha, Austria, Nova Zelândia e Estados Unidos. E foi exatamente deste último país que tomei meu último Pinot Gris.
Trata-se do Cloud Line Pinot Gris 2008 - produzido na região do Oregon.
No primeiro momento se apresentou fresco, com um toque cítrico bem sutil, remetendo a limão siciliano, bem característico dos bons Pinot Grigio italianos. Aos poucos, na medida que foi abrindo, se apresentou mais rico, mais complexo, mas sem perder o frescor inicial. O cítrico inicial começou a dar espaço para um mineral bem pronunciado, com nuances de abacaxi e laranja. Um verdadeiro mix entre a versão italiana Pinot Grigio e a versão francesa Pinot Gris (se é que isto é possível).
Vale a pena conferir!


O Cloud Line Ponot Gris 2008 é comercializado pela importadora Mistral.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Um Bairrada com Apenas 42 Anos de Idade.

Sua cor acastanhada dá as boas vindas do que está por vir...

Recentemente fui agraciado por um colega de profissão com uma garrafa de vinho tinto português Bairrada Colheita 1970, que me deixou de queicho caído logo que vi a garrafa. Este colega se chama Fernando Serigad, português recém chegado no Brasil, que trouxe contigo uma garrafa deste vinho. Lembro muito bem de suas palavras: "trouxe este Bairrada 1970 comigo, mas acho que vai ser mais útil em suas mãos!". Desde já lhe agradeço Fernando, por ter me proporcionado este momento único.


Levei um tempo para tomar coragem para abrir esta garrafa, não é sempre que temos pela frente um vinho com 42 anos para degustar. Não sabia sequer a procedência da mesma, se foi bem armazenada ou não nestas últimas quatro décadas. Fiquei com um certo receio de abri-lo, com medo de já estar decrépto. E enquanto este dia não chegava fiz algumas pesquisas sobre a possível origem deste vinho, já que seu rótulo não traz quase nenhuma informação: a não ser que se trata de um Bairrada Tinto, colheita 1970, produzido pela Adega Cooperativa de Mogofores.
Com as minhas pesquisas cheguei a conclusão que poderia sim estar de frente com um vinho ainda saudável, já que a longevidade destes vinhos é considerável. Provavelmente produzido com algumas destas uvas portuguesas: Alfrocheiro Preto, Baga, Bastardo, Castelão, Jaen ou Touriga Nacional, já que são elas as principais estrelas da região de Baga.


Abri o vinho na última sexta-feira, 17 de fevereiro, meu último dia de salão do restaurante O Dádiva. Foi uma forma de dizer até logo para meus colegas do salão, já que não sou fã de despedidas. E não tinha como ter sido melhor:
Este Bairrada 1970 ainda estava bem vivo, tudo bem que já havia passado do seu auge, mas ainda está com vida. Sua cor acastanhada um pouco turva dava as boas vindas. Seus aromas inicialmente remetiam um pouco aos aromas de um Vinho do Porto, mas logo foi abrindo um caramelo, bala de café, ameixa preta em calda, avelã... enfim, seus aromas ainda estavam bem ricos! Pode-se dizer que a boca ficou desfavorecida depois desta riqueza aromática. Traços de caramelo, avelã e ameixa preta em calda são percebidos aqui também, mas de uma forma bem mais sutil, passa rápido, não deixa um retrogosto marcante.

Bastante resíduos no fundo da garrafa.

Momento único, muito difícil encontrar com este Bairrada novamente. Este é para ficar para história.
Sei que já disse isto, mas gostaria de deixar novamente os meus mais sinceros agradecimentos ao português Fernando Serigad, por ter me proporcionado este momento!

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Em Busca do Equilíbrio e da Perfeição.

"El núcleo central és un lugar de meditación y contempláción. Luego de intertar diferentes caminos llegamos al centro: donde encontramos el equilibrio y la perfección".
É assim que Rafael Tirado, aclamado enólogo chileno, apresenta seu vinho de produção particular.


Laberinto é uma proposta particular de Rafael Tirado que já nasceu grande. Produzindo apenas dois vinhos (Sauvignon Blanc e o Cabernet Sauvignon - Merlot)na região do Maule - região que até pouco tempo atráz não era reconhecida como região de grandes vinhos chilenos . Sempre aclamados como vinhos destaques por vários críticos do setor, como Patrício Tápia e Jorge Luck, Laberinto é sempre muito aclamado, principalmente pela sua individualidade e respeito ao terroir.
Recentemente degustei novamente a versão tinto do Laberinto. E sempre que o degusto fico mais encantado: ruby intenso com reflexos violáceos, apresenta em seus aromas uma concentração de frutas vermelhas, goiaba madura e notas picantes, como páprica. A madeira se apresenta elegantemente nos aromas, dando notas de cacau e café torrado. Na boca se apresenta intenso, nervoso, mas sem perder a elegância. Boa acidez e seus taninos sedosos e marcantes é o cartão de boas vindas deste grande vinho. Frutas vermelhas, especiarias secas e grãos de café torrado são bem marcantes no paladar. Um vinho complexo, marcante e único!
Um grande exemplar do potencial do vinho tinto chileno. Uma bela aposta do enólogo Rafael Tirado.


A linha Laberinto é importada e comercializada exclusivamente pela importadora Casa do Porto.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Rigatoni com Atum Harmonizado com um Pinot Gris Norte Americano - por Marie Almeida Maranhão Giacchero de Pádua

Harmonização perfeita entre um Rigatoni com atum ao molho de Alcaparras com um surpreendente Pinot Gris norte-americano do Oregon. Harmonização descrita por Marie Almeida Maranhão Giacchero de Pádua:






As imagens já dizem tudo: harmonização perfeita!

Tenuta di Trinoro - por Jose Maria de Carvalho.

" Imaginem um vale, cercado em todos os lados por montanhas, como se fosse uma tigela. Assim é Vall d`Orcia na Toscana.
De um lado as interperies do oceano, do outro o interior Toscano, com poucas chuvas e e clima perfeito para fazer grandes vinhos, é nesse lugar que a 20 anos atrás ainda não constava nos mapas vinícolas surgia a Tenuta di Trinoro, hoje, em tão pouco tempo, figura entre as mais conceituadas propriedades Toscanas.


Andrea Francheti, de família aristocrática, que até meados dos anos oitenta vivia em NY e tinha o vinho como forma de vida, porém não produzindo mas comercializando, era importador de vários rótulos da Itália para os EUA.
Cansado da correria dos grandes centros resolveu voltar a terra natal e viver no interior, com tranqüilidade, adquiriu essa propriedade, mas nunca pensava em produzir vinhos.
Três anos depois estava entediado com o ar bucólico, resolveu então plantar as primeiras vinhas, como tinha grande apresso aos vinhos de Bordeaux, buscou as classicas uvas francesas nos melhores viveiros.


Em 1997, ano de grande safra na Itália surge a primeira colheita de seu principal vinho, Tenuta di Trinoro, com base em Merlot e Cabernet Sauvignon, mas com pitadas de Cabernet Franc e Cesanese. Logo nas primeiras safras a imprensa especializada concede altas notas a seu vinho, segundo o Gambero Rosso, o mais importante guia do vinho Italiano, "Andrea Franchetti não conhece meias medidas na busca da qualidade absoluta". Com castas típicas de Bordeaux e um inegável acento Italiano, Tenuta di Trinoro é um pretendente a ser o Chateau Cheval Blanc da Toscana, isso para Robert Parker.


Em 1999 surge seu segundo vinho, Le Cupole, talhado para consumo mais jovem, mas com capacidade de envelhecimento para 10 a 15 anos e custando 1/5 do preço de seu principal vinho.
Recentemente foi criado um Merlot 100%, Palazzi, de produção super limitada, criando enorme furor entre os consumidores, por sua limitação e altíssima qualidade.


Com técnicas modernas em uma país onde o tradicional é uma ordem, Andrea tem como principal foco a busca pelo melhor, produção por planta de dois a três cachos apenas e uma grande densidade de plantas por hectare, fermentação longas a baixa temperaturas, envelhecimento nas melhores madeiras francesas, receita as vezes infalível, mas nunca uma formula concreta de qualidade, se não fosse sua busca infinita pelo especial."

" Dr, Gustavo Careca: falar sobre sí mesmo é complicado, seria até pedante. Isso deixo por sua conta..." - então vamos lá: não sei ao certo desde quando conheço esta figura ímpar do cenário do vinho de Belo Horizonte. Não sei se foi na primeira turma da ABS-MG (na qual não passamos do primeiro módulo - por nossa opção, diga-se de passagem) ou se foi em algumas destas degustações pela cidade. Só sei que tenho muito a agradecer a este sujeito, carinhosamente chamado como Roble, ou simplesmente Carvalho, que foi a primeira pessoa a confiar no meu potencial como profissional do vinho fora dos salões de restaurantes. Na época, me indicou com todas as pompas para ser responsável da Importadora Vinci em Minas Gerais. Carvalho hoje é responsável direto pela Importadora Mistral em Minas Gerais - papel que vem fazendo muito bem.

Champagne para Mastigar.


Geralmente se espera do espumante em geral - seja Champagne ou não - muita leveza, cremosidade e frescor. Pode-se dizer que estes são os elementos fundamentais para um bom espumante. Mas existem alguns exemplares que vai muito além deste fundamento, é este o caso da Champagne Drappier Carte D´Or Brut:
Este corte clássico de Pinot Noir, Chardonnay e Pinot Menier já se apresenta com muita "estrutura", se é que se pode dizer assim: amero com reflexos bem dourados, de ótima perlage que forma uma mourse contínua já mostra que vai muito além da leveza, frescor e cremosidade. Seus aromas se iniciam do tradicional brioche, marca registrada dos belos champagnes. Mas rapidamente apresenta aromas de damasco, casca de laranja desidratada e um sutil amanteigado. Aos poucos vai se apresentando aromas de frutas vermelhas, que sinceramente, é a primeira vez que encontro este aroma em um champagne...
Na boca um verdadeiro luxo! Muito corpo, ótima acidez e é claro a clássica cremosidade e frescor - só não se pode dizer que é leve. Damasco, nozes e castanhas são bem marcados nesta champagne.
A estrutura e concentração deste Champagne me surpreendeu, um verdadeiro Champagne para mastigar.


A Champagne Drappier Carte D´Or Brut é importada e comercializada exclusivamente pela Importadora Zahil.

O Bom e Velho Menino Mau.

Recentemente postei aqui no Vinum Regnum que o Bad Boy 2006 estava de volta. Neste final de semana tive a oportunidade de degustá-lo novamente, e comprovar a excelência deste vinho.
Classificado simplesmente como AC Bordeaux, que é o nível mais simples do sistema de classificação da região. Sua qualidade se depara, por vezes até supera a qualidade de vários "Cru Classe" ou até mesmo "Grand Cru Classe" de Bordeaux.
Vinho concentrado, moderno, com a fruta interagindo muito bem com a madeira. Concentração de frutas vermelhas maduras, canela e cedro em seus aromas já surpreendem. Na boca boa acidez e muito corpo, frutas vermelhas e toque de especiarias é o que sobressai aqui - é nitido que está evoluindo muito bem.


Um ótimo qualidade-preço por se tratar de um vinho de grande qualidade de Bordeaux. Vale a pena conferir.
Bad Boy é importado e comercializado exclusivamente pela Casa do Porto.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Fim de um Ciclo, Início de Outro.

Fim de um ciclo, início de outro. É assim que se encontra o meu momento profissional. Estou me despedindo dos salões de restaurante - pelo menos diariamente. Me despeço do salão do O Dádiva, e assumo como sommelier da Casa do Porto Belo Horizonte.
Continuo dando consultoria para o grupo, montagem de cartas, treinamentos da brigada - mas com foco nos treinamentos, cursos e palestras; difundindo o mundo do vinho de uma forma mais ampla.
Agora ficará mais fácil direcionar meu tempo para eventos específicos, dos quais estarei divulgando aqui no Vinum Regnum.
No mais é isto aí: Vida que segue...

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Um Jantar para Ficar na História.

Um belo restaurante:

Uma equipe focada em um único objetivo:

Grandes chefs:

Belos vinhos:

210 pessoa em pról da alta gastronomia e da solidariedade.
92 garrafas de vinhos abertas.
840 taças de vinho devidamente servidas.
840 pratos devidamente montados.
Várias familhas de desabrigados da Zona da Mata mineira amparadas pelo evento.
Milhares, mas milhares de aplausos!!!

Meu mais sincero agradecimento ao chef Pablo Oazem, pelo convite para abraçar este evento - foi o serviço de sommelier mais gratificante que já fiz.

"Não falar, não correr e não parar..." - Alex Atala - quando questionado o que é necessário para um trabalho de equipe ser um sucesso.

Liquidação de Carnaval Casa do Porto


Imperdível! Vale a pena conferir. Mas é só até hoje!!!

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Quatro Chefs, Uma Receita: Solidariedade. - Convites Esgotados.

Convites esgotados para o Jantar Beneficente que ocorrerá nesta quarta - feira, dia 15 em Juiz de Fora. Este jantar será em pról das vítimas das enchentes que devastaram a Zona da Mata mineira no início deste ano.
Serão 200 sortudos que degustarão deste grande menu feito a oito mãos:

Entrada
Vieiras - pupunha - tangerina
Felipe Rameh
ESPUMANTE VALDUGA PREMIUM BRUT – VALE DOS VINHEDOS / BRASIL

1° prato
Cherne com pirão de tucupi,
broto de coentro e telha de polvilho
Thomas Troisgrois
VINHO BRANCO PASSO BLANCO MASI PINOT GRIGIO / TORRONTES – MENDOZA / ARGENTINA

Principal
Paleta de cordeiro glaceada,
“babaganuj” mineiro e cebolinhas ao Porto
Pablo Oazen
VINHO TINTO GRAN FEUDO CRIANZA – NAVARRA / ESPANHA

Sobremesa
Torta de castanha do Pará com sorvete de whisky,
chocolate, curry, sal, rúcula e pimenta
Alex Atala
LICOR DE JABOTICABA PRODUZIDO NA REGIÃO

Os vinhos estão sendo doados pela importadora Mistral e pela vinícola brasileira Casa Valduga.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

A Escolha de um Bom Vinho - por Nelton Fagundes.

"Há vários fatores para ter sucesso na escolha e que na minha opinião não depende só do conhecimento do sommelier, o interessado no vinho tanto no restaurante quanto em loja especializado, tem que se expressar falar o que realmente gostaria de beber,...
Na minha formação como sommelier profissional, tive a sorte de passar por varias etapas no mundo do vinho, desde vinhos corriqueiros (do dia a dia) até verdadeiras jóias. Vendo esta diversidade procurei estudar a fundo e vi a necessidade de buscar uma base bem solida e entre varias viajem, degustações e cursos como o Sommelier Internacional pelo ICIF e o Wine & Spirit Education Trust nível 2, que me ajudam na deliciosa busca para compreender o que tem dentro de uma garrafa de vinho, que parece uma tarefa simples, mas não é.

O que mais me deixava curioso ao indicar vinhos, um eram as perguntas sobre a qualidade, o corpo, acidez e principalmente se o vinho era bom. O engraçado e que nas outras bebidas ( cerveja, whiskey, cachaça), quase não havia perguntas, as pessoas simplesmente escolhia e levava para casa. Já com o vinho não, a compra é uma espécie de ritual, levando em conta o país, a safra, a uva, o preço e quando, onde e com ia ser degustado este vinho.

Isto tudo se resume em como escolher um bom vinho? É uma resposta que todo mundo queria saber. Há vários fatores para ter sucesso na escolha e que na minha opinião não depende só do conhecimento do sommelier, o interessado no vinho tanto no restaurante quanto em loja especializado, tem que se expressar falar o que realmente gostaria de beber, dando dicas ao profissional que esteja lhe sugerindo o vinho, como corpo do vinhos, preferências regionais, temperatura que normalmente gosta de apreciar, acidez, harmonização e o principal, quanto quer gastar no vinho. Isto tudo facilita uma boa indicação. Falando e indicação segue algumas sugestões:

Da Espanha sugiro o Tempranillo Ramon Roqueta 2009 14° - Catalunya-Espanha R$ 37,40 uma jóia, vinho vivo com cor intensa, notas de morangos maduros, e toque de madeira bem sutil, vinho versátil que acompanha muito bem um file de porco com arroz de amêndoas e ervas ou até mesmo com fatias de Presunto Jamon ibérico para papear com os amigos.

Opção fantástica com preço inacreditável é o Sangiovese – Merlot Rupestro 2009- Cardeto 13°- Úmbria - Itália R$ 37,80, Com uma cor rubi intenso vivo, perfume de flores vermelhas e cerejas negras, na boca se mostra potente e longo, tem uma frescor interessante (coisa que falta nos vinhos sem expressão), típico dos vinhos da Itália, uma par ideal para acompanhar uma bela macarronada da mamãe, com muito molho de tomate e manjericão e excelente escolha para culinária de uma típica cantina Italiana.

Outro imperdível é um vinho com preço/prazer fantástico que indico para amigos, um Sauvignon Blanc Reserva Terranoble 2010 13° Casablanca Valley- Chile R$ 63,00 com uma cor clássica de branco papel, verdeal, muito límpido, na boca se mostra, intenso, fresco, com notas nítidas de maracujá, e toques de frutas citricas, acompanha muito bem uma bela fatia de queijo brie com gostas de mel e pão fresco, ou bebericar na beira da piscina, aproveitando a chegada de dias mais quentes.

Um dos melhores vinhos que degustei em 2012,foi o Primitivo Archidamo 2008 - Pervini 14º- Puglia- Itália R$ 81,30, vinho profundo, atraente com rubi intenso, vivaz, no nariz notas de frutas em compotas e violetas, na boca se mostra encorpado no inicio, duro, mais finaliza com uma leveza invejável digna apenas dos grandes vinhos

Bom espero que apreciem as indicações e até a próxima."


Nelton Fagundes é um dos sommeliers de maior destaque de Belo Horizonte: Sommelier Internacional pelo ICIF e com o nível 2 da Wine & Spirit Education Trust, antes de mais nada este cara é um apaixonado por vinhos! Confrade da Confraria de Sommeliers de Belo Horizonte, confraria esta que tenho o prazer de fazer parte, mesmo que de forma muito ausente neste último ano. Sempre preocupado com o desenvolimento do vinho e dos profissionais da área, Nelton é uma das pessoas que mais enaltecem a profissão de sommelier na nossa capital. Além de ser um grande amigo!

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Carmenère com "C" Maiúsculo.

Muitos por aí dizem que Carmenère chileno é tudo igual: herbáceo, pimentão verde, goiaba vermelha madura... tudo igual - isto até provar um Carmenère com "C" maiúsculo. Já tive a oportunidade de degustar alguns Carmenères imponentes:Anthiyal, Carmim de Peumo e o aclamado Purple Angel.


Esta semana tive a oportunidade de degustar novamente o Porple Angel 2006, assinado pelo maestroso enólogo Aurélio Montes - da vinícola Montes Alpha. Este 92% Carmenère com 8% de Petit Verdot é um excepicional exemplar do melhor que a Carmenère pode nos oferecer, ainda mais quando produzida em Colchagua, onde pra mim, estão saindo uns dos vinhos tintos mais surpreendentes da América do Sul.
Apesar de seus quase 7 anos de idade, ainda está apresentando um púrpura muito intenso e brilhante, até parece que acabou de ser engarrafado. Seus aromas são bem marcantes e complexos, ameixa madura, café, canela, madeira molhada, nata, sem falar na habitual goiaba vermelha e pimentões. Na boca um verdadeiro luxo, potência e sedozidade caminham juntos... taninos bem marcantes, boa acidez, ameixa maduras e especiarias em geral estão em destaque, tudo isto com uma madeira muito bem integrada com a fruta. Tem potencial para envelhecer bem por mais alguns bons anos.
Um ótimo exemplar da qualidade dos tintos da região chilena de Colchagua. Um ótimo exemplar de como a Carmenère pode produzir um grande vinho!


Rótulo impactante. Daria uma boa tatuagem...
O Purple Angel 2006 é importado e comercializado exclusivamente pela importadora Mistral.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Um Belo Almoço, Regrado a Belos Vinhos e o Melhor: na Companhia de Bons Amigos.

Um belo almoço, regrado a belos vinhos e o melhor: na companhia de bons amigos. Foi neste cenário que o sommelier Pablo Teixeira escolheu para apresentar a este que vos escreve e ao sommelier Jefferson Dantés (restaurante Mes Amis) dois belos vinhos do seu novo portfólio de trabalho, os vinhos da importadora Mercovino.
O almoço foi no restaurante Bem Vindo, aproveitamos os preços especiais do Restaurant Week - que diga-se de passagem está apresentando um menu de muito bom gosto - recomento Picadinho com Risotto Trufado.
Mas vamos aos vinhos, na ocasião Pablo nos apresentou dois vinhos bem distintos; o espanhol Díos Ares Crianza 2007 - D.O.Ca Rioja Alavesa - e o argentino Amatua 2006 - Vale de Cafayate - Salta.


DÍOS ARES CRIANZA 2007 - vinho que leva o nome do Deus da guerra da Grécia antiga - este 100% Tempranillo com 12 meses de barrica se apresenta muito agradável nos aromas - amora madura, ameixa, ervas frescas deixam uma ótima impressão aromática. Na boca frescor encantador, boa acidez e uma fruta freca bem predominante. Deixa um pouco a desejar quando falamos de taninos, e a madeira aqui quase não é notada, por se tratar de um vinho com 12 meses de barrica. Mas no geral muito bom, principalmente quando revelado o preço do mesmo - aí ele se torna acima da média.

AMAUTA 2006 - vinho que leva o nome de um mestre, de um grande sábio do Império Inca. Este corte de Malbec, Cabernet Sauvignon e Syrah, com estágio de 6 a 8 meses em barrica é um belo exemplar daquilo que geralmente se espera de um vinho tinto argentino. Frutas vermelhas em compota é o que prevlece tanto nos aromas como na boca - tudo isto bem moldado com uma madeira bem integrada com a fruta. Para aqueles que gostam de vinho de boa concentração, quase untuoso, este aqui é uma bela recomendação.

No mais, só posso afirmar que foi um belo cartão de entrada da importadora Mercovino - O Mercador de Vinhos, nas mãos do sommelier Pablo Teixeira.

Jefferson Dantés - sommelier Mes Amis.

Pablo Teixeira - depois de ter prestado belos trabalhos para importadora Zahil, inicia nova empreitada na frente da importadora Mercovino.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Recomendo.

Em breve estará no ar mais um site de ótima qualidade para os amantes da enogastronomia de plantão.
Trata-se do Selo Reserva, que além de trazer boas novidades para seus associados, trará sempre em suas páginas opções de compras de produtos voltado para enogastronomia com preços especiais.
Selo Reserva ainda não está completamente no ar, mas sua página virtual de apresentação já deixou uma ótima impreção.
Vale a pena visitar: www.seloreserva.com.br

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Masseria Palombara e seu Belo Primitivo.

Muito se fala da uva italiana Primitivo, principalmente quando a discussão é se é ou não é a mesma uva que a norte-americana Zinfandel - que eu prefiro afirmar que tratam-se da mesma uva.
Geralmente escutamos a descrição da Primitivo , principalmente produzidos na Puglia, região italiana localizada no "calcanhar da bota", no sul deste país, com forte influência do Mar Adriático como vinhos extremamente encorpados, "escuros" e de grande concentração. Mas os últimos que ando descutando não condiz com esta descrição.
Tanto a uva Primitivo como a uva Tannat - uva francesa de grande produção no Uruguai - que tem a fama de ser vinhos extremamente concentrados, tem mostrado uma nova versão nos últimos tempos, de vinhos mais elegantes, de vinhos mais "domados"...
Recentemente tive a oportunidade de degustar o Masseria Palombara Primitivo Salento 2008, que mostra esta nova versão desta uva - cor púrpura brilhante com reflexos violáceos, este vinho apresenta aromas florais, mousse de framboesa, leve terroso e um final codimentado bem interessante. Na boca bela acidez que deixa o vinho fresco, com taninos bem marcantes e bem trabalhados. Muito macio para ser um Primitivo da Puglia.
Um ótimo exemplar da nova versão destes vinhos da costa sulda Itália. Me agradou muito!





O Masseria Palombara Primitivo Salento I.G.T 2008 é comercializado em Belo Horizonte pela Fine Food.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

A Hora e a Vez do Filho Mais Novo do Mestre Nicolas Joly.


Há uma semana atráz postei aqui no blog uma descrição do magnífico Clos de la Coulée de Serrant 2005, vinho produzido no Loire pelo mago biodinâmico Nicolas Joly com a uva Chenin Blanc. Simplesmente fantástico, singular, distinto de qualquer outro vinho da sua espécie...
Exatamente uma semana depois, em uma situação muito parecida, tive a oportunidade de degustar o irmão mais novo do Clos de la Coulée de Serrant, e para ser sincero: tão distinto quanto o irmão mais velho... tudo bem que não tenha a mesma complexidade e co certeza não terá a mesma longevidade do Coulée de Serrant, mas sem sombra de dúvidas, mesmo sendo o "irmão menor", é um vinho acima da média!
Estamos falando do Les Vieux Clos 2006 - mais um 100% Chenin Blanc assinado por Nicolas Joly - ele se apresenta com aromas de maçã verde bem evidentes, mas logo vai evoluindo para notas de nozes, castanhas, leve amanteigado e chocolate branco. Sem contar com o seu agradável toque oxidado que remete a um jerez, que da um charme todo especial para o vinho. Na boca apresenta uma ótima acidez e ótimo frescor. Chega a ser untuoso, como comentei na postagem do Clos de la Coulée de Serrant, da até para mastigar. As frutas secas encontradas no aroma com o leve toque oxidativo harmonizam perfeitamente no seu retrogosto.
Mesmo sendo o mais "simples" da familha, trata-se de um vinho acima da média!


Les Vieux Clos é importado e comercializado pela Casa do Porto, por um valor consideravelmente menor que o Clos de La Coulée de Serrant. Vale a pena conferir.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Domaine Thunevin-Calvet « Les Dentelles » 2007 - por Juan Carlos Ferreira


"O vinho que gostaria de dar uma descriçao não é um Bordeaux, mas um dos vinhos nossos do Sul da França que mais tomo estes últimos tempos.
O nativo de Maury em Roussillon, Jean Roger Calvet e o « Garagista Bad Boy » de Saint Emilion Jean Luc Thunevin, produziram pela sétima vez este cuvée « Les Dentelles 2007 » Côtes du Roussillon Village.
A vinificaçao feita a 4 maos das uvas de Grenache e Syrah de 50 anos do terroir de xisto preto e calcario de Maury, assembladas com uva Carignan de 45 anos situadas no maravilloso terroir de granito de « Lesquerdes », um dos lugares mais emblemáticos, onde os vinhedo expressam em 2007 toda a intensidade da fruta e a mineralidade do terroir.
Aqui se tem os mesmos cuidadas como as vinhas do Château Valandraud, a produçao é confidencial.


De cor rubi intenso profundo, alveolado de violeta vivo. O nariz desvela amora preta, figo , frambuesa e Cereja « Griotte », toques de pedra quebrada e sensação especiada de caminhos mediterrâneos em primavera. Bela concentração, taninos bem redondos, equilibrio impresionante entre força e delicateza. Vinho rico e generoso, aromas potentes muito bem harmonizados, barrica integrada perfeitamente deixando a frescura da fruta invadir seu paladar, com final longo e persistente, sutil firmeza.


A classe de Bordeaux encontra a furia do Roussillon: seria como uma linda mulher latina vestida do clássico « smoking chic» masculino Yves Saint Laurent.
Adoro este vinho que acompanha perfeitamente a gastronomia mediterrânea que predomina na minha mesa.
Um vinho que tenho na minha adega que tomo com muito prazer!"


"Amante do vinho e da vida, viaja, toma e ama !" - é com esta frase que este francês mais "brasuca" que eu conheço finaliza o seu email. Juan Carlos Ferreira é francês, filho de um português com uma espanhola (ou vice-versa - neste caso a ordem dos fatores não alteram o produto...). Amante do vinho e da vida, nunca vi este sujeito com o semblante carregado ou com resquicios de mau-humor. Fiel escudeiro do garagista Bad Boy de Saint Emilion Jean Luc Thunevin, Juan Carlos é responsável pela divulgação e comercialização dos vinhos do Jean Luc pelo mundo a fora.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Spanish White Guerrilla...


Spanish White Guerrilha... que es esto???
a. ( ) movimento separatista da Calalunia movida pelos guerrilheiros dos Pirineus.
b. ( )grupo de guerrilheiros espanhois da década de 40 que lutava por uma Espanha liderara e povoada somente por homens de pele branca.
c. ( )grupo de oito vinhos brancos espanhóis produzidos com uvas diferentes e em estilos diferentes.
d. ( )grupo de guerrilheiros espanhóis em pról da paz mundial, que tem como símbolo maior a bandeira branca.
e. ( )n.d.a.a.

Acertaram aquelas que optaram pela letra "d". Spanish White Guerrilha é uma coleção de vinhos brancos espanhóis, produzidos com as uvas brancas de maior prestígio internacional em uma mesma zona vinícola, em um mesmo terroir. Uma proposta inovadora, atual e muito, muito descontraída, a começar pelos seus rótulos.
Tive a oportunidade de degustar três dos oito exemplares da coleção e deixo aqui o meu parecer:

1. SPANISH WHITE GUERRILHA ALBARIÑO 2010 - 12,5%
Talvez o mais simples, faltou um pouco de personalidade! No aroma apresenta um leve toque mineral e floral, mas nada de mais... na boca leve e fácil, mas falta um pouco de acidez, falta um pouco de frescor. O famoso vinho descompromissado, funciona bem no final de tarde, de preferência na beira de uma piscina.

2. SPANISH WHITE GUERRILHA VERDEJO 2010 - 12,0%
Um Verdejo muito agradável, excelente exemplar para quem ainda não conhece esta variedade espanhola. Aromas de resina, cera de abelha, um melzinho bem sutil que vai evoluindo para aromas florais e frutas de polpa branca. Na boca untuoso e com muito frescor. Aqui as frutas de polpa branca prevalece. Muito bom...

3. SPANISH WHITE GUERRILHA GEWÜRZTRAMINER 2010 - 12,0%
Este foi o que mais me chamou a atenção. Primeiro porquê nunca havia degustado um Gewürztraminer espanhol (pelo menos que eu me lembre). Segundo porquê realmente é um belo exemplar de Gewürztraminer. Aromas de lichia em calda, pêssego em calda, floral e um leve mineral. Na boca uma ligeira untuosidade e a lichia e o pêssego em caldas prevalecem. Vale a pena conhecer!

Vinhos descontraídos, fáceis extremamente agradáveis e modernos... assim eu descrevo a familia Spanish White Guerrilha!

Estes vinhos são um verdadeiro achado comercializados pela Casa do Porto.

Marc de Borgogne Pierre Morey.


Pouco se sabe deste destilado de uva, geralmente de Chardonnay, produzido na Borgonha - região francesa respeitada em todo o mundo pela produção dos seus grandes vinhos brancos (lê-se Chardonnay) e tintos (lê-se Pinot Noir) - os olofortes são tão voltados para estes, que pouco se fala, ou nada se fala, de seus destilados.
Quando estudava e praticava o serviço de charutos, me envolvia mais com destilados em geral, mas já se fazia muito tempo que não tinha contato com os mesmos. Uma pena, pois existem vários belos exemplares de destilados espalhados pelo mundo - Marc e Fine de Borgonha são dois grandes exemplos.
Durante a última semana me deparei com uma situação interessante que me fez regressar ao mundo dos destilados. Um grande cliente, daqueles que se deixar ficamos horas trocando uma boa prosa e acaba esquecendo do restante do serviço pediu um digestivo - preferêncialmente um destilado de uvas - para arrematar com chave de ouro o seu jantar. Depois de um breve pensar na melhor opção em servir, lembrei de um Marc de Borgogne Pierre Morey que estava no fundo da adega, desde um evento que havíamos tido no restaurante, onde harmonizamos este destilado com queijos azuis em geral.
Foi uma nostalgia plena: sua cor meio bronze, meio dourado bem brilhante já era um sinal que este destilado ainda estava mais que saudável. Os aromas merecem um capítulo a parte - simplesmente apaixonantes - madeira em brasa, cravo, canela, caramelo, frutas secas em geral, petróleo... complexidade pouca é bobagem... Na boca uma untuosidade só, quente (como não poderia ser diferente devido aos seus 42% de álcool), mas logo aparecem as notas de caramelo e frutas secas. E no final deixa uma sensação de maciez e de sedozidade, finaliza de forma ampla e muito elegante!
Só faltou uma boa baforada no bom e velho charuto cubano, que aí sim estaríamos fechando a refeição com chave de ouro!!!


Tanto o Marc como o Fine de Borgogne Pierre Morey são importados e comercializados pela Casa do Porto. Vale a pena conferir!

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Apenas Para Refletir...

"Eu sigo o princípio da degustação às cegas para quase tudo. É como diz um haicai do Bashô: é preciso ater-se ao ato em si, não ao entorno. Ou seja, olhar menos os rótulos, viver sem tanto fetichismo".

Trecho da entrevista Amores Líquidos e Certos do sommelier Manuel Beato para o jornal Valor Econômico - 3,4 e 5 de fevereiro de 2012.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Châteauneuf-du-Pape - uma Lenda Viva.

Poderia dizer de forma simplória que Châteauneuf-du-Pape é a AOC (apelação de origem controlada) mais cohecida da parte sul do vale do Ródano (Rhone), nas imediações da localidade de Châteauneuf-du-Pape no Ródano meridional, no sudeste de França. Suas vinhas são localizadas em torno de Châteauneuf-du-Pape e das localidades vizinhas de Bédarrides, Courthézon e Sorgues, entre Avinhão e Orange, e cobrem pouco mais de 3.200 hectares. Mas tudo isto é muito técnico e muito simplório para um vinho tão carregado de histórias como este.
A lenda do Châteauneuf-du-Pape - que no bom português significa Castelo do Novo Papa - começa quando o papa João XXII contrói um castelo na região e começa a produzir seu próprio vinho. Para resumir um pouquinho a história, anos mais tardes, quando o papa já era outro - Bonifácio III - que dava seqüência na produção de bons vinhos na região, teve a infeliz idéia de excomungar Filipe IV, o Belo, rei da França - muito conhecido pela sua extrema vaidade e pela vida mundana que levava. Filipe IV, em contrapartida, destronou Bonifácio VIII e o substituiu por Bertrand de Goth, arcebispo de Bordeaux, o qual adotou o nome de Clemente V e transferiu, em 1309, a sede do papado para Avignon, no sul da França, onde se manteve por quase 70 anos. Depois disto,estes grandes vinhos do Rhone caíram no esquecimento, sendo lembrados apenas como o rústico vinho do papa...
Lendas a parte, Châteauneuf-du-Pape já é carregado de histórias e curiosidades. A começar que para produção deste vinho é permitida treze variedades de uvas e a mistura está dominada normalmente pela Grenache. As outras uvas tintas são Cinsault, Counoise, Mourvèdre, Muscardin, Syrah, Terret Noir e Vaccarèse. Entre as uvas brancas incluem-se a Grenache Blanc, Bourboulenc, Clairette, Picardin, Roussanne e Picpoul. Nos últimos anos a tendência tem sido ir incluindo menos, ou até nenhuma, das variedades brancas permitidas, e confiar principalmente (ou exclusivamente) na Grenache, na Mourvèdre e na Syrah.
Recentemente tive a oportunidade de degustar um belíssimo exemplar de Châteauneuf-du Pape, a safra 2006 do produtor Xavier Vignon. Na taça o vinho apresenta na cor ruby límpido e brilhante. Os aromas demostram um mix de licor de cereja, amendoim torrado, cedro, especiarias secas em geral e um toque de casquinha de laranja desidratada. Um verdadeiro luxo! Na boca se apresenta com uma ótima estrutuda, mas sem perder a elegância, tudo realmente bem harmônico. Cereja, ervas secas e especiarias se apresentam a todo tempo. Tudo um isto com um agradável final que remete a um defumado bem marcante... Um vinho que surpreende, e que vai evoluir muito bem nas próximas décadas.


Châteauneuf-du Pape Xavier é importado exclusivamente pela Cantu e comercializada em Belo Horizonte pela Fine Food.

Pesquisa sobre Châteauneuf-du-Pape foi realizada na Wikipédia - enciclopédia livre.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Quatro Chefs, Uma Receita: Solidariedade.


Em prol das vitimas da Zona da Mata mineira atingida pelas chuvas, acontecerá no próximo dia 15 o jantar beneficente com a presença dos seguintes chefs:
- Alex Atala (DOM - São Paulo)
- Felipe Rameh (O Dádiva - Belo Horizonte)
- Pablo Oazem (Assunta Forneria - Juiz de Fora)
- Thomas Troigros (CT Boucherie - Rio de Janeiro)

Na ocasião, serei o responsável pelo serviço dos vinhos e harmonização dos mesmos com o Menu.
O jantar acontecerá em Juiz de Fora no dia 15 de fevereiro (quarta-feira) às 21 horas, e será limitado para 200 pessoas.
Oportunidade única para apreciar um menu degustação a oito mãos, e o mais importante: por uma causa mais do que nobre!

Mais informações pelo telefone (32)8481-7223.

Mais uma Grata Surpresa dos Nossos Hermanos Argentinos.

Recentemente postei aqui no blog a minha grata surpresa ao degustar bons vinhos tintos argentinos que conseguiram sair daquela mesmice de muita compota de frutas vermelhas, alinhado com uma madeira sobresaindo sobre o restante do conjunto... para minha felicidade - e de boa parte de consumidores que estavam um pouco cansados da obviedade destes vinhos - parece que não só a Argentina como outros países sul-americanos, começam a perceber um outro caminho para seus vinhos, sem aquele famoso efeito "Coca-Cola" - isto quer dizer: vinhos muito parecidos, muito iguais.
Será que nossos hermanos estão reencontrando o seu verdadeiro terroir? Pergunta difícil de responder, mas a verdade é que estão produzindo vinhos cada vez mais diversos, para um público igualmente mais diverso. Realidade que eu não imaginaria há 2 anos atráz.
Recentemente tive a oportunidade de conhecer os agradáveis vinhos da Finca La Martina - produzido pela Bodega Casa Vinícola Reyter. Degustei os varietais Syrah, Malbec e Cabernet Sauvignon, todos da safra 2009. Todos os três muito interessantes, dentro das suas singularidades.
Mas o que mais me chamou atenção foi o varietal de Cabernet Sauvignon - seu púrpura límpido e brilhante com reflexos violáceos dão as boas vindas deste belo vinho. Aromas de frutas negras frescas inundam a taça a todo instante - ameixa e jaboticaba é o que predomina. Aos poucos vão surgindo aromas de especiarias doces como cravo e açucar mascavo. Na boca um pouco quente (14,9% de álcool), mas as frutas negras tem destaque aqui também. Taninos bem presentes mas sem agredir, estão muito bem trabalhados - e um final de boca fresco e longo.
Como disse no início trata-se de vinhos que surpreende, vale a pena conhecer toda linha Finca La Martina.


Os vinhos Finca La Martina são comercializados em Belo Horizonte pela Casa do Porto.

Preço Especial - Tannat de Reserva Bodegas Carrau


Este excelente exemplar de Tannat uruguaio - pra mim um dos melhores preço qualidade deste país - é produzido com uvas com longo amadurecimento de videiras de idade avançada. O que proporciona um vinho sedoso e uniforme, com taninos agradáveis e sabores concentrados de frutas negras, tabaco e toques mineirais.
Tannat de Reserva é produzido em Cerro Chapéu, quase na fronteira com o Brasil, no Departamento de Rivera. Um terroir único - onde possui solos arenosos, de excelente drenagem, que ajudam na absorção da alta umidade, resultado da alta influência do Oceano Atlântico.
Sem sombra de dúvidas um ótimo vinho produzido pelos nossos visinhos uruguaios!

Preço especial: caixa com 6 garrafas - de R$478,00 por R$372,00
Mais informações: Zahil - Rex Bi Bendi:(31)3227-3009