sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Châteauneuf-du-Pape - uma Lenda Viva.

Poderia dizer de forma simplória que Châteauneuf-du-Pape é a AOC (apelação de origem controlada) mais cohecida da parte sul do vale do Ródano (Rhone), nas imediações da localidade de Châteauneuf-du-Pape no Ródano meridional, no sudeste de França. Suas vinhas são localizadas em torno de Châteauneuf-du-Pape e das localidades vizinhas de Bédarrides, Courthézon e Sorgues, entre Avinhão e Orange, e cobrem pouco mais de 3.200 hectares. Mas tudo isto é muito técnico e muito simplório para um vinho tão carregado de histórias como este.
A lenda do Châteauneuf-du-Pape - que no bom português significa Castelo do Novo Papa - começa quando o papa João XXII contrói um castelo na região e começa a produzir seu próprio vinho. Para resumir um pouquinho a história, anos mais tardes, quando o papa já era outro - Bonifácio III - que dava seqüência na produção de bons vinhos na região, teve a infeliz idéia de excomungar Filipe IV, o Belo, rei da França - muito conhecido pela sua extrema vaidade e pela vida mundana que levava. Filipe IV, em contrapartida, destronou Bonifácio VIII e o substituiu por Bertrand de Goth, arcebispo de Bordeaux, o qual adotou o nome de Clemente V e transferiu, em 1309, a sede do papado para Avignon, no sul da França, onde se manteve por quase 70 anos. Depois disto,estes grandes vinhos do Rhone caíram no esquecimento, sendo lembrados apenas como o rústico vinho do papa...
Lendas a parte, Châteauneuf-du-Pape já é carregado de histórias e curiosidades. A começar que para produção deste vinho é permitida treze variedades de uvas e a mistura está dominada normalmente pela Grenache. As outras uvas tintas são Cinsault, Counoise, Mourvèdre, Muscardin, Syrah, Terret Noir e Vaccarèse. Entre as uvas brancas incluem-se a Grenache Blanc, Bourboulenc, Clairette, Picardin, Roussanne e Picpoul. Nos últimos anos a tendência tem sido ir incluindo menos, ou até nenhuma, das variedades brancas permitidas, e confiar principalmente (ou exclusivamente) na Grenache, na Mourvèdre e na Syrah.
Recentemente tive a oportunidade de degustar um belíssimo exemplar de Châteauneuf-du Pape, a safra 2006 do produtor Xavier Vignon. Na taça o vinho apresenta na cor ruby límpido e brilhante. Os aromas demostram um mix de licor de cereja, amendoim torrado, cedro, especiarias secas em geral e um toque de casquinha de laranja desidratada. Um verdadeiro luxo! Na boca se apresenta com uma ótima estrutuda, mas sem perder a elegância, tudo realmente bem harmônico. Cereja, ervas secas e especiarias se apresentam a todo tempo. Tudo um isto com um agradável final que remete a um defumado bem marcante... Um vinho que surpreende, e que vai evoluir muito bem nas próximas décadas.


Châteauneuf-du Pape Xavier é importado exclusivamente pela Cantu e comercializada em Belo Horizonte pela Fine Food.

Pesquisa sobre Châteauneuf-du-Pape foi realizada na Wikipédia - enciclopédia livre.

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