segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Tenuta di Trinoro - por Jose Maria de Carvalho.

" Imaginem um vale, cercado em todos os lados por montanhas, como se fosse uma tigela. Assim é Vall d`Orcia na Toscana.
De um lado as interperies do oceano, do outro o interior Toscano, com poucas chuvas e e clima perfeito para fazer grandes vinhos, é nesse lugar que a 20 anos atrás ainda não constava nos mapas vinícolas surgia a Tenuta di Trinoro, hoje, em tão pouco tempo, figura entre as mais conceituadas propriedades Toscanas.


Andrea Francheti, de família aristocrática, que até meados dos anos oitenta vivia em NY e tinha o vinho como forma de vida, porém não produzindo mas comercializando, era importador de vários rótulos da Itália para os EUA.
Cansado da correria dos grandes centros resolveu voltar a terra natal e viver no interior, com tranqüilidade, adquiriu essa propriedade, mas nunca pensava em produzir vinhos.
Três anos depois estava entediado com o ar bucólico, resolveu então plantar as primeiras vinhas, como tinha grande apresso aos vinhos de Bordeaux, buscou as classicas uvas francesas nos melhores viveiros.


Em 1997, ano de grande safra na Itália surge a primeira colheita de seu principal vinho, Tenuta di Trinoro, com base em Merlot e Cabernet Sauvignon, mas com pitadas de Cabernet Franc e Cesanese. Logo nas primeiras safras a imprensa especializada concede altas notas a seu vinho, segundo o Gambero Rosso, o mais importante guia do vinho Italiano, "Andrea Franchetti não conhece meias medidas na busca da qualidade absoluta". Com castas típicas de Bordeaux e um inegável acento Italiano, Tenuta di Trinoro é um pretendente a ser o Chateau Cheval Blanc da Toscana, isso para Robert Parker.


Em 1999 surge seu segundo vinho, Le Cupole, talhado para consumo mais jovem, mas com capacidade de envelhecimento para 10 a 15 anos e custando 1/5 do preço de seu principal vinho.
Recentemente foi criado um Merlot 100%, Palazzi, de produção super limitada, criando enorme furor entre os consumidores, por sua limitação e altíssima qualidade.


Com técnicas modernas em uma país onde o tradicional é uma ordem, Andrea tem como principal foco a busca pelo melhor, produção por planta de dois a três cachos apenas e uma grande densidade de plantas por hectare, fermentação longas a baixa temperaturas, envelhecimento nas melhores madeiras francesas, receita as vezes infalível, mas nunca uma formula concreta de qualidade, se não fosse sua busca infinita pelo especial."

" Dr, Gustavo Careca: falar sobre sí mesmo é complicado, seria até pedante. Isso deixo por sua conta..." - então vamos lá: não sei ao certo desde quando conheço esta figura ímpar do cenário do vinho de Belo Horizonte. Não sei se foi na primeira turma da ABS-MG (na qual não passamos do primeiro módulo - por nossa opção, diga-se de passagem) ou se foi em algumas destas degustações pela cidade. Só sei que tenho muito a agradecer a este sujeito, carinhosamente chamado como Roble, ou simplesmente Carvalho, que foi a primeira pessoa a confiar no meu potencial como profissional do vinho fora dos salões de restaurantes. Na época, me indicou com todas as pompas para ser responsável da Importadora Vinci em Minas Gerais. Carvalho hoje é responsável direto pela Importadora Mistral em Minas Gerais - papel que vem fazendo muito bem.

Nenhum comentário:

Postar um comentário