quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Meu Vinho de Natal: um Belo Moscato D´Asti...

   Neste Natal  no intuito de agradar a minha esposa, resolvi abrir um belo Moscato D´Asti - pois a Paula é fã incondicional deste vinho... - e fiz questão de escolher a dedo um belo exemplar desta uva, que por várias vezes é mau produzido por produtores não muito sérios - talvez por ser uma bebida leve, com baixa graduação alcóolica e doce - ligam a mesma com pessoas que não tem muita exigência com o que está bebendo - o que não é verdade! Conheço vários apreciadores de grandes moscatos, entre eles a minha esposa!
   A bola da vez foi o Moscato D´Asti Cascinetta Vietti 2003 - um dos Moscatos mais aclamados do Piemonte - Itália, produzido pelo também aclamado Vietti - este 100% Moscato recebe as melhores uvas das plantações do Vietti, e nota-se isto na taça desde  o primeiro instante: um amarelo com reflexos dourados (provavelmente por causa da sua idade avançada para um Moscato - 7 anos) límpido e levemente frisante dão as boas vindas deste belo vinho. Aromas florais, frutas secas, mel e um jambo bem evidente faz com que este vinho se torne muito convidativo para o primeiro gole. Na boca a doçura precalece - como não poderia ser diferente - o toque floral  e o mel que encontramos no aroma se mantem na boca, as frutas secas aqui dão espaço a um figo desidratado muito agradável, e o jambo continua falando alto!
   Harmonizou muito bem com aquelas entradinhas típicas da ceia de natal: frutas secas, amoras e uma bela brusqueta de queijo brie e damasco enriqueceram muito o Cascinetta Vietti.
   Esta aí um vinho obrigatório para os aprecoiadores de um bom Moscato!
   Saúde e um ótimo finalzinho de ano para todos!

   O Cascinetta Vietti é importado exclusivamente pela importadora Mistral: http://www.mistral.com.br/

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Château Condat 2005 - Ótimo preço-qualidade desta grande safra de Bordeaux

   Recentemente degustei um autêntico Bordeaux da histórica safra de 2005 que chamou muito minha atenção, principalmente pela sua relação preço qualidade.
   Decantei o mesmo uns 40 minutos antes de consumí-lo, e isto fez com que ele se apresentasse melhor na taça. Na cor apresentou um rubi intenso, límpido e brilhante, com características de um vinho bem jovem ainda (apesar dos seus 5 anos). Seus aromas são encantadores: cereja madura, anis, com um toque de pimenta do reino muito agradável, com um final terroso e um leve toque de madeira velha, que deixam o Château Condat 2005 bem complexo, aromaticamente falando. Na boca acompanha a elegância e a complexidade do aroma: taninos presentes e uma boa acidez convivem bem com a cereja madura e o toque terroso, que é o que prevalece na boca, sem esquecer da madeira muito bem utilizada pelo produtor.
   Para quem não sabe, a safra de 2005 foi uma das melhores desta década que está chegando no seu final, e o Château Condat Saint Emilion Grand Cru 2005 é um belo exemplo da grandeza desta safra. E melhor ainda, é um exemplo que não precisamos gastar uma fortuna para consumirmos um belo exemplar de Bordeaux 2005.
   Mais informações sobre o Château Condat Saint Emilion Grand Cru vocês encontram na Blanc de Noir: http://www.blancdenoir.com.br/ - (31)2531-5252

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Dica de Leitura para Férias - A Experiência do Gosto

   Foi lançado no mercado recentemente, o mais novo livro do renomado crítico de vinhos Jorge Lucki - A Experiência do Gosto (Companhia das Letras).
   O livro é um conjunto de 64 crônicas, direcionadas para pessoas iniciadas ou não neste fabuloso mundo;  escritas por aquele que é considerado por muitos como um dos principais colunista, crítico e consultor de vinhos do país.
   E para quem ainda não conhece Jorge Lucki deixo que as palavras do produtor italiano Angelo Gaja fale por mim: " Há pessoas que nutrem um grande amor pelo vinho. Conhece tudo o que diz respeito a ele e ajudam os outros com simplicidade e humildade a conhecê-lo, apreciá-lo e saboreá-lo. Elas são raras e preciosas: Jorge é uma dessas pessoas, e o mundo do vinho lhe é grato".
   É por esta e outras que o livro A Experiência do Gosto - O Mundo do Vinho Segundo Jorge Lucki, se torna uma leitura obrigatória para todos aqueles que de uma forma ou de outra estão envolvidos no mundo do vinho.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Mais Uma Destas Degustações Para Fechar 2010 com Todas as Pompas!


   Aconteceu no dia 29 de novembro, uma degustação ímpar oferecida pela Zahil - Belo Horizonte, destas que com certeza ficará na memória. E motivos é que não faltaram para esta degustação se tornar marcante: primeiro porque foi apresentado pelo bom e velho amigo Bernardo Silveira, hoje prestando um excelente trabalho no mundo dos vinhos de São Paulo, com o qual tive a oportunidade de iniciar minhas degustações técnicas de vinho aqui em BH há alguns anos atraz. Segundo porque a turma da Zahil conseguiu reunir uma turma de peso para esta degustação, e foi muito bom colocar o papo em dia com o pessoal (estas ocasiões são ótimas para acompanharmos o que está acontecendo no mercado do vinho da nossa capital). E em terceiro, e talvez o mais importante a apresentação de algumas pedrinhas preciosas em formato líquido, dos quais falaremos agora:
   Entre os 9 vinhos degustados daria destaque rosé Les Hauts de Janeil Syrah 2009 (cereja madura, suco de guaraná prevalecem no aroma. Belo frescor e acidez média prevalecem na boca, com um agradável final de cereja madura. Um vinho fácil, muito interessante para ser trabahado nesta época do ano!). O argentino Salentein Malbec Reserva 2007 (um vinho de bela complexidade, com belas notas de fruta madura e madeira, remetendo à cravo e canela, com boa acidez e taninos domados - com certeza um belo exemplar argentino!). O italiano Chianti Tosca 2006 (produzido pela Tenuta Valdipiatta, produtor referência em Montepulciano, Toscana - conheci este vinho há uns 4 anos atráz, época que era muito questionado por vários. Mas é imprecionante como este vinho está evoluindo bem. Bela acidez, aromas de defumado, com um presunto crudo bem marcante e uma fruta mais delicada chamam muito a atenção!). O madeira Henrique & Henriques Full Rich 3 Years (este 100% Tinta Negra mostra bem porque o Vinho Madeira é um dos vinhos mais longevos do mundo. Tem uma riqueza aromática impressionante - com destaque ao toque de canela, nóz moscada e frutas secas em geral).
   E para finalizar "o sacrifício" o mundialmente aclamado Barca Velha Magnum 2000 - toda sua fama vem de décadas. É um exemplo da qualidade máxima da região do Douro - Portugal. É lançado somente em safras espetaculares (1952, 1953, 1954, 1957, 1964, 1965, 1966, 1978, 1981, 1982, 1983, 1985, 1991, 1995, 1999 e 2000). Mesmo sendo decantado com algumas horas de antecedencia, este exemplar da safra 2000 ainda se mostrou tímido, fechado. Mas mesmo assim foi o suficinte para mostrar toda a sua riqueza - canela seca, toque de cedro, verniz, frutas negras bem delicadas e figo desidratado são fáceis de identificar neste verdadeiro néctar, um vedadeiro VINUM REGNUM! Não é a toa que a primeira safra (1952) ainda está apta a ser consumida até hoje!
   Só tenho a agradecer à Dulce, Pablo, Cida e toda a equipe da Zahil por mais esta bela degustação; com grandes vinhos em um ambiente alegre e descontraído, que já está virando marca registrada de suas degustações!
   Saúde!

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Degustação Alzania - Para Fechar o Ano com Chave de Ouro!

   A Casa do Porto BH, ofereceu no último dia 25 uma degustação memorável para fechar o ano de 2010 com chave de ouro! Foram apresentados nada mais nada menos que os belos vinhos da Vinícola Alzania, pra mim, uma das melhores, se não a melhor vinícola da D.O Navarra. E como não se bastassem os vinhos, a apresentação foi feita pelo próprio "Criador da Criatura": José Manuel Echeverria - enólogo e proprietário da vinícola; uma das personalidades do vinho espanhol mais respeitadas no mundo vitivinícola atualmente!    Na ocasião foram apresentados quatro vinhos tintos - que já falaremos sobre eles -  e um azeite (não sou expert no assunto, mas foi um dos mais agradáveis que já degustei). Os vinhos degustados foram:

GARDACHO GARNACHA VIEJA 2008 (13%) - já havia citado este vinho como um dos melhores preços - qualidades apresentados no Brasil em 2010, e esta degustação só veio a confirmar isto. As uvas deste vinho são provenientes de uma cooperativa de Navarra, e vinho é vinificado na própria cooperativa - sobre os olhos críticos do Echeverria, é claro! No exame visual mostrou um rubi intenso, brilhante e sem resíduos. No aroma um misto muito agradável de amoras com um toque floral que remete à violeta (segundo Echeverria, uma marca registrada da Garnacha espanhola). Um leve mentolado aparece para enriquecer o final aromático. Na boca a amora prevalece, com uma acidez e um frescor muito agradáveis, que faz deste vinho uma excelente opção na faixa de preço que ele é trabalhado.

FINCA LA MONEDA 2005 (13,5%) - 60% merlot, 30% syrah e 10% garnacha - 12 meses de carvalho - No visual mostrou um rubi intenso, brilhante, sem nenhuma nota de evolução - parece ser mais novo que realmente é. No aroma apresentou uma complexidade fantástica desde o início - frutas vermelhas em compota, eucalipto, tabaco, folhas de cedro, canela doce e um toque de pimenta do reino são facilmente identificados. Simplesmente fantástico! Na boca o álcool se mostra mais presente, mas nada que possa denegrir o vinho. Taninos bem presentes - porém domados. Mas o que realmente se destaca é a bela harmonia entre a fruta e a madeira, o que faz do Finca de La Moneda um grande vinho, mas que ainda tem um caminho muito longo pela frente. Pra mim, este foi o vinho que mais me impressionou!!!

FINCA ALZANIA 21 DEL 10 2006 (13,8%) - 100% syrah - 12 meses de carvalho - este vinho já encanta aos olhos antes mesmo de abrir a garrafa - seu rótulo preto com os dizeres em prata é impactante, e já conquista o consumidor. Na taça, sua cor é intensa e brilhante. No aroma, um misto de frutas  negras, cacau, noz moscada e folhas de cedro mostra a potência e a complexidade deste vinho. Na boca tem uma acidez bem presente e taninos concetrados. Mas prevalece a madeira. Talvez pela pouca idade, este vinho não se mostra muito equilibrado no exame gustativo. Porém, sem dúvida nenhuma, vai evoluir muito bem e provavelmente encontrará um equilíbrio maior ano após ano! Gostaria de degustá-lo novamente daqui uns dois anos...

ALZANIA SELECION PRIVADA 2005 (14%) - 65% merlot, 35% tempranillo - 14 meses de carvalho - pra mim trata-se da grande estrela da tarde! Numa degustação às cegas, facilmente este vinho te remete às grandes estrelas bordalesas de Pomerol e Saint Émilion. São produzidas apenas 4.000 garrafas por safra. Mas vamos ao que interessa: no visual apresenta um rubi intenso e brilhante, sem nenhum traço de evolução. No aroma, apresenta um toque terroso, pimenta do reino, amoras frescas, caixa de charuto em plena harmonia. Na boca os taninos estão macios e acidez muito agradável. Aqui existe uma fruta vermelha madura bem delicada, bem acompanhada do toque terroso e da pimenta do reino. Simplesmente um espetáculo! Vida longa ao Alzania Selecion Privada!!!

   No mais, só tenho a agradecer mais uma vez à equipe da Casa do Porto BH por mais esta degustação de luxo!