sexta-feira, 9 de março de 2012

"BAROLOS" & "barolos".

"BAROLO", vinho célebre da região do Piemonte, no noroeste italiano. Produzido com a inigualável Nebbiolo, uva de taninos marcantes, que geralmente produz vinhos bastante estruturados, complexos, elegantes, de grande corpo, rico em aromas e de longa guarda. Este vinho que se auto-intitula como "Rei dos Vinhos", em meados do século XX conquistou toda alta gama da sociedade italiana, onde ocupa um espaço de destaque até hoje. Provavelmente ao lado do também aclamado Brunello di Montalcino, o "BAROLO" é um dos vinhos italianos mais respeitados em todo Mundo.
Mas entre os produtores de "BAROLO" tradicionais (aqueles que mantem a tradição de décadas, ou porquê não de séculos)e os da linha moderna (aqueles que limitam a fermentação da Nebbiolo, abusam um pouco mais na madeira - geralmente a francesa no lugar da tradicional eslovena - no intúito de ter vinhos direcionados para o paladar moderno, para não dizer paladar globalizado), há também os produtores de "barolos", e não de "BAROLOS" se é que me entendem...
Os produtores de "barolo" são aqueles que vivem da sombra dos verdadeiros "BAROLOS". Uma versão genérica deste grande vinho, que não chega nem aos pés da elegância, da potência e da vivacidade de um grande "BAROLO". E o pior, que estão invadindo nossas prateleiras com valores consideravelmente abaixo do valor praticado por um verdadeiro "BAROLO".
E quem sai perdendo com isso?
1. os produtores "tradicionalistas" ou "modernistas", que dentro da sua filosofia de produção sempre estão direcionados em lançar grandes prudutos no mercado e começam a se deparar com uma concorrência desleal.
2. nós consimidores finais, que podemos ser facilmente enganados ao comprar um "barolo" ao invés de um "BAROLO".
E seguindo um dito popular: "gato escaldado em água quente tem medo de água fria", recentemente "mordi a minha lingua" ao me deparar com um "BAROLO" de boa relação qualidade-preço e logo afirmar que era no mínimo questionável. É a antiga história dos justos pagando pelos pecadores...
Trata-se do BAROLO PATRES D.O.C.G 2007, produzido pela Cantine San Silvestro. Este Nebbiolo estágiado 26 meses em barricas de carvalho eslovena se apresenta com um ruby bem marcado , límpido e muito brilhante. Seus aromas são ricos desde o primeiro instante: flores desidratadas, frutas secas, cereja madura, ameixa, anis estrelado, algo que remete a caça se apresentam rapidamente. Na boca boa acidez, muito frescor, taninos marcantes, fruta fresca, especiarias, cacau e um leve defumado. Acima da média pelo valor que é trabalhado. um digno "BAROLO"merecedor de maiores atenções!

Barolo Patres DOCG 2007 - um verdadeiro relação qualidade-preço.

Uma dica: caso não tenha segurança, ou a certeza da procedência do seu "BAROLO", vale a pena apostar num vinho Nebiollo Langhe DOC - são vinhos produzidos na mesma região, no Piemonte, com D.O.C própria, e que geralmente nos reservam gratas surpresas. Não vai chegar na potência e complexidade de um "BAROLO", mas facilmente vai superar um "barolo" qualquer. Neste caso, vale apostar no Fontana Fredda Langhe Nebbiolo D.O.C 2007.


Os vinhos Barolo Patres D.O.C.G 2007 e o Fontana Fredda Langhe Nebbiolo D.O.C 2007 são comercializados pela Casa do Porto.

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