terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Vibrantes e Explosivos! Eis o Pinot Noir norte-americano.

   Recentemente, para ser mais exato, logo depois que a revista Wine Spectator lançou o TOP 100 2010, onde 5 vinhos norte-americanos ficaram entre os 10 melhores vinhos do ano, comecei a focar um pouco mais meus estudos para os vinhos deste país, coisa que até então nunca havia feito. Talvez pelo o excesso de modismo em torno dos vinhos norte-americanos, pela mídia exarcebada sobre seus vinhos, me dava um pouco de preguiça acompanhar a evolução dos mesmos.
Mas justiça seja feita! Quando pegamos os grandes produtores americanos, temos vinhos acima da média, de bela estrutura e geralmente com grande potencial de guarda. Zinfandel, Cabernet Sauvignon, Merlot, Chardonnay e a delicada Pinot Noir são apenas alguns exemplos de uvas que estão sendo bem trabalhadas na terra do Tio San.
   E indo de encontro com os meus estudos, tive a oportunidade de abrir e avaliar recentemente três belos exemplares de Pinot Noir deste país. Mas antes de degustarmos qualquer Pinot Noir fora da Borgonha - região francesa onde são produzidos os Pinots mais aclamados do mundo; temos que deixar bem claro algumas coisas em nossa mente para não avaliarmos mau o vinho; e tomos as palvras de Jorge Lucki, no seu mais recente livro A Experiência do Gosto (Companhia das Letras) para clarear um pouco esta uva: "Pinot Noir é considerada a mais sensível e caprichosa das castas tintas superiores, por refletir cruelmente as peculiaridades do local onde foi plantada e otrabalho do vinhateiro.". "... longe do seu hábitat, a casta perde as principais características que a distinguem: elegância e sofisticação, resultado do perfeito equilíbrio entre taninos finos, macios e bom frescor, sem que isso se configure como falta de corpo."
   Mas voltando aos Pinots norte americanos: os degustados recentemente foram (nesta ordem): o Sea Wine Cellars Pinot Noir 2007 (Willamette Valley),o Belle Glos Pinot Noir 2006 (Monterey County) - estes dois primeiros levados por um cliente ao restaurante - provavelmente trazido por ele mesmo dos Estados Unidos e para finalizar o Ancien Pinot Noir 2003 (Sta. Rita Hills). Pela dinâmica do trabalho do salão do restaurante não deu para avaliar técnicamente os vinhos, mas de uma forma geral são vinhos de alto teor alcóolico, que até assusta um pouco no início, mas que volatiza rapidamente quando "aerado" na própria taça. Uma fruta vermelha, principalmente cereja bem madura prevalece no vinho, com um leve toque mentolado, moldurados por uma madeira muito bem utilizada. Estes são os elementos principais que encontramos facilmente neste três grandes exemplares de Pinot Noir, mas se fosse para resumir estes Pinots em apenas duas palavras elas seriam: vibrantes e explosivos!!! O que geralmente não esperaria encontrar em um Pinot Noir, mas que foi uma surpresa muito agradável...
   E aí vai uma dica: ao contrário dos elegantes e sofisticados Pinot Noirs da Borgonha, eu arriscaria na próxima vez decantar estes Pinot Noirs norte-americanos, pois desta forma expressariam melhor toda a sua estrutura desde a primeira taça.

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